Catequistas analisam formação de adolescentes

Faixa etária deve merecer atenção especial, enquanto fase privilegiada de «construção de uma identidade», de tomada de «decisões», de descoberta de «valores próprios»

Lisboa, 08 abr 2014 (Ecclesia) – Os responsáveis de catequese das várias dioceses iniciam hoje em Lisboa uma jornada nacional de reflexão sobre “pedagogia da fé e da vida para adolescentes”.

O 53.º encontro geral do setor, que vai decorrer até sexta-feira no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, terá entre os oradores Cristina Sá Carvalho, responsável pelo setor de Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).  

Em declarações à Agência ECCLESIA, a psicóloga realça que um dos principais desafios da Igreja Católica atual é conseguir formar “cristãos maduros”, com “personalidade forte”, capazes de assumirem os seus “valores” em todas as etapas da vida, que não sejam apenas “cristãos de domingo”.

E a adolescência, enquanto fase privilegiada de “construção de uma identidade”, de tomada de “decisões”, de descoberta de “valores próprios”, deve merecer uma atenção especial.

Cristina Sá Carvalho destaca a necessidade de fazer da educação cristã um processo cada vez mais global, de modo a que a fé esteja “enraizada em toda a personalidade” e que não surja como um mero “acrescento”.

[[v,d,4550,]]Olhando para a tipologia do adolescente atual, conseguir colocar estas ideias em prática representa um grande desafio, em primeiro lugar porque ele tem grande “dificuldade em fazer a experiência da fé”, talvez porque “hoje os mecanismos de educação que a sociedade oferece estão muito fragilizados”.

“A escola, as famílias, as igrejas, que eram as grandes autoridades e que colaboravam muito entre si, partilhavam valores, hoje não partilham, estão depauperadas, e sofrem a concorrência por exemplo das novas tecnologias”, aponta a psicóloga.

Por outro lado, os adolescentes demoram cada vez mais tempo “a atingir a maturidade”, no meio de uma cultura que os deixa frequentemente “entregues a si próprios” e de uma economia apostada em perpetuar essa vivência “paralela”.

Segundo a responsável pelo setor de Catequese do SNEC, esta situação está relacionada “com padrões de consumo”.

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“À economia convém que os adolescentes queiram ter esse mundo paralelo, porque se percebeu que os indivíduos consomem mais do que as famílias” e “é fácil impor isso como padrão de vida, através da moda, das ofertas de lazer, de certas formas de sedução”, como “os gadgets”, tudo “isso está a ter um grande impacto na organização das famílias e na forma como os adolescentes se veem”, conclui.

Durante o 53.º encontro nacional de catequese, os diversos secretariados diocesanos vão ter oportunidade de apresentar propostas relacionadas com os itinerários catequéticos e os materiais pedagógicos a utilizar no trabalho com os adolescentes.

A iniciativa vai contar com a participação do patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e de D. Manuel Pelino Domingues, bispo de Santarém e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã.

PR/JCP

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