Catequese: Novo documento «é um diretório que olha a pessoa» – Cónego Luís Miguel Rodrigues

Responsável da Arquidiocese de Braga destaca valorização da dimensão personalista e comunitária

Foto: PCPNE.va

Braga, 25 jun 2020 (Ecclesia) – O cónego Luís Miguel Rodrigues, responsável pela Comissão Arquidiocesana para a Educação Cristã de Braga, salienta a “dimensão personalista” do novo documento para a Catequese da Igreja, apresentado hoje no Vaticano, afirmando que “é um diretório que olha a pessoa”.

“As pessoas estão colocadas numa comunidade e dentro dessa comunidade valoriza-se as comunidades naturais – a comunidade familiar, a comunidade dos pares. A pessoa não está enquadrada de acordo com a sua idade ou situação física, está enquadrada por uma comunidade e ‘todos os batizados são responsáveis pela catequese’”, explicou o diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa em Braga, em declarações ao sítio online ‘Educris’ e enviadas à Agência ECCLESIA.

O anterior Diretório para a Catequese, publicado em 1997, contextualiza o cónego Luís Miguel Rodrigues, tinha os destinatários e “estavam segmentados” – crianças, adolescentes, adultos, terceira idade, pessoas portadoras de deficiência – com “a catequese de adultos como modelar”.

O especialista revela que as “tarefas da catequese” no documento apresentado hoje no Vaticano “chamou a atenção” porque é publicado “num tempo em que a Igreja se entende toda como missionária”, por isso, as tarefas de seis passaram para cinco e o “iniciar à missão é a base, não é uma tarefa”.

Para o responsável da Arquidiocese de Braga, este terceiro diretório em 50 anos conseguiu “captar muito bem o que foi a grande mudança na evangelização” que “já não é tanto” como se pensavam “a partir da ‘Ad Gentes’ o primeiro anúncio, depois a etapa catequética e a etapa pastoral”.

“Este diretório compila esta nova perspetiva que a Igreja tem da sua missão e daquilo que é evangelizar”, acrescenta, assinalando que o Papa Francisco “com o verbo que criou ‘primeirar’ reorganizou estes processos todos”.

O sacerdote sublinha que os diretórios são “documentos de síntese” do que é o caminhar da Igreja ao longo da história, sem que os anteriores percam “atualidade”.

“O diretório de 2020 o que traz de novo, a meu ver, é a capacidade de dizer como a catequese há de acontecer assumindo aquilo que é a novidade quer do Papa Francisco, quer do fenómeno do Papa”, assinalou o cónego Luís Miguel Rodrigues.

No preâmbulo do Diretório da Catequese, da responsabilidade do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Santa Sé), lê-se que o documento é incompleto e sujeito a alterações futuras, o que representa um dos tesouros” que se redescobriu “neste último pontificado, e neste tempo”, segundo o diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga.

“O documento ao dizer que é inacabado está a dizer agora Igreja local, agora diocese, agora paróquia, agora grupo de catequistas, vamos ver como é que isto que de alguma forma é orientador e normativo se realiza na vossa realidade muito concreta aqui e agora, porque daqui a um ano já não funcionar”, desenvolve.

O ‘Educris’, do Secretariado Nacional da Educação Cristã, estreia a rubrica ‘Diretório em Análise: Desafios e caminhos para a Catequese’, com o cónego Luís Miguel Rodrigues, e conta também com a opinião do padre Manuel Queirós, vigário episcopal da Ação Pastoral da Diocese de Vila Real, esta sexta-feira, a partir das 21h00, no seu canal no Youtube.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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