Catequese: «Não se pode perseverar numa evangelização cheia de ardor se não se está convencido», afirmou bispo do Algarve aos catequistas

D. Manuel Quintas alertou que existem menos crianças na catequese mas «nas escolas não têm diminuído»

Foto Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Lagoa, 29 jan 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve afirmou que “não se pode perseverar numa evangelização cheia de ardor se não se está convencido” aos catequistas da diocese, com quem refletiu sobre existirem menos agentes pastorais e menos crianças na catequese.

“A finalidade primeira da catequese, seja para os mais pequeninos, seja para os mais crescidos ou para os adultos, é encontrarem-se com Cristo. Sem isso, não há catequese; Os catequistas têm de ser anunciadores, testemunhas que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus salvador e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja”, disse D. Manuel Quintas, informa o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

O Dia Diocesano do Catequista, com o tema geral ‘a catequese na minha vida’, foi dinamizado pelo Setor da Catequese da Infância e Adolescência do Algarve, este sábado, dia 27 de janeiro, com cerca de 120 destes agentes pastorais.

“Só seremos verdadeiros catequistas e eu verdadeiro bispo, como catequista também da diocese, a partir do encontro pessoal com Cristo que deve acontecer antes de cada catequese, durante a catequese e depois”, acrescentou o bispo do Algarve, na igreja matriz de Lagoa.

D. Manuel Quintas realçou que é o encontro com Jesus que “dá à vida um novo horizonte e um rumo decisivo”, afirmando que “sem isto não há catequese, não há encontros diocesanos de catequistas, nem outros encontros”.

“Não se pode perseverar numa evangelização cheia de ardor se não se está convencido, por experiência própria, que não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não o conhecer. Sou eu que tenho de dar testemunho deste encontro com a pessoa de Jesus”, desenvolveu.

No final do encontro, o bispo do Algarve informou que agora são cerca de 800 catequistas e refletiu sobre a diminuição de crianças na catequese das paróquias da diocese, em cerca de quatro mil, desde 2015: “São menos as crianças no Algarve? Dizem que não. Nas escolas não têm diminuído”.

“O que podemos fazer?”, perguntou, apontando para o conselho “conhecer melhor as famílias”, que surgiu da reflexão do painel da manhã.

A coordenadora do Grupo VITA, criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, alertou, por videoconferência, os catequistas algarvios de que é preciso “antecipar riscos” e “conhecer para poder prevenir”.

“Os catequistas, tal como os professores de EMRC, são figuras de confiança para as crianças”, destacou Rute Agulhas, que disse aos catequistas “são um dos públicos-alvo privilegiados” do Grupo VITA.

“Temos planeado um plano de formação para este ano para os catequistas e para os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC)”, informou a psicóloga, observando que “não basta” olhar para as vítimas porque a pessoa que comete os crimes “tem de ser ajudada para não voltar a cometê-los” e previnem “outras situações de abuso e a proteger outras crianças”.

A Diocese do Algarve tem 6 mil crianças e adolescentes na catequese, na Missa do Dia Diocesano do Catequista, presidida por D. Manuel Quintas, foram homenageados quatro catequistas com 50 anos de serviço e dois com 25 anos.

Este dia diocesano começou com um painel que refletiu sobre o tema ‘a catequese na minha vida’ e teve os testemunhos e reflexões do casal Rita e João Pedro Santos, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) e catequistas coordenadores na Paróquia de São José do Algueirão, do Patriarcado de Lisboa; a jornalista Eunice Lourenço, catequista na Paróquia de Vila Verde dos Francos; e o padre Getúlio Bica, da Diocese do Algarve.

CB

 

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