Carta do D. José Policarpo às Comunidades Cristãs do Patriarcado

Carta às Comunidades Cristãs do Patriarcado de Lisboa Cardeal Patriarca de Lisboa Meus Irmãos e Irmãs, No início de mais um ano pastoral, é-me grato dirigir-vos uma palavra de saudação, esperando que isso contribua para fortalecer a comunhão entre todos nós, que é comunhão de fé e de missão. São quatro os assuntos de que vos quero falar nesta Mensagem: acção de graças pelo meu Jubileu Episcopal; o Jubileu Episcopal de Sua Santidade o Papa João Paulo II; preparação do Congresso Internacional da Nova Evangelização; solidariedade para com a Diocese de Setúbal na restauração do Monumento a Cristo-Rei. 1. O meu Jubileu Episcopal: estou profundamente grato à Diocese, sacerdotes, religiosos e leigos, pela elevação e qualidade que imprimiram a estas celebrações. Senti-me Bispo para a Igreja, percebi de novo que a minha vida vos pertence, porque a dei a Deus, que me enviou a vós. O ministério episcopal não tem sentido sem a Igreja, ele encontra a sua verdade profunda na vida da Igreja, no seu crescimento como Povo de Deus e esposa do Senhor. Houve momentos muito fortes de vivência da fé e de unidade da nossa Igreja Diocesana. Entre todos sobressaiu a nossa peregrinação a Fátima no Dia da Igreja Diocesana. Calculo que cerca de um terço dos católicos praticantes da Diocese de Lisboa ali se reuniram, com os seus Bispos, em acção de graças e prece filial aos pés de Maria, Mãe da Igreja. Os espaços do Santuário não proporcionaram um encontro mais informal; todos sentimos disso a falta. Mas Nossa Senhora sabe como vos tinha, a todos e a cada um, no coração. A todos quantos imaginaram, organizaram e participaram nesta festa da Igreja, digo uma única palavra: Deus seja louvado, muito obrigado a vós. 2. Jubileu do Santo Padre João Paulo II: é o grande Jubileu que toda a Igreja celebra este ano e todas as festas jubilares devem para ela convergir. E segundo palavras do próprio Papa, todas estas datas festivas encontram sentido no Grande Jubileu de dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. A Igreja de Lisboa irá celebrar solenemente o 25º aniversário da eleição do Papa João Paulo II, no dia 18 de Outubro, no Estádio Nacional. Porque ele próprio quis associar o seu Jubileu ao Ano do Rosário, encerraremos, com essa celebração, o Ano do Rosário, com o “terço vivo”, mostrando que são as pessoas as verdadeiras “contas” do louvor a Maria. Espero que a Diocese acorra, nesse dia, ao Estádio Nacional. Que todas as comunidades se façam representar; e que sobretudo os jovens, que têm um lugar tão especial no coração do Papa, respondam, com a sua presença, a essa predilecção. Essa celebração aprofundará em nós a comunhão com o Santo Padre e o amor a Maria, Mãe da Igreja. 3. Congresso Internacional da Nova Evangelização: como é já do conhecimento de todos, realizar-se-á em Lisboa no Outono de 2005. Entramos, assim, num período de preparação próxima. Será publicada nestes dias uma Carta Pastoral que escrevi à Diocese sobre o Congresso e a Missão na Cidade. É meu desejo que ela seja acolhida nas comunidades e inspire os caminhos e as atitudes preparatórias do Congresso. Quem evangeliza é a Igreja, comunidade dos crentes. Tomar mais a sério a vida da fé é a única preparação sólida para as acções evangelizadoras. A oração fervorosa e confiante é preparação que pode começar desde já e que está ao alcance de todos, mesmo dos doentes e das pessoas idosas. Embora o Congresso e a Missão na Cidade se desenrole na “grande Lisboa”, o ardor da evangelização deve fazer-se sentir em toda a Diocese. Espero que do Congresso brotem dinamismos que depois se prolonguem numa nova vitalidade de toda a Igreja Diocesana. 4. O Monumento a Cristo-Rei. Foi construído, nos anos cinquenta do século passado, cumprimento de um voto dos Bispos de Portugal, feito para merecer de Deus a graça de poupar Portugal à Segunda Guerra Mundial. Do ponto de vista canónico, ficou integrado na Diocese de Lisboa, onde se situava. A dinâmica da Imagem de Cristo-Rei foi concebida pondo-o a abençoar e abraçar a Cidade de Lisboa. Lisboa tem um grande amor a este Monumento, mas também uma particular responsabilidade. Com a criação da Diocese de Setúbal, o Monumento, continuando a abraçar Lisboa, ficou situado na nova Diocese. Num período transitório, a Bula de criação da nova Diocese deixou provisoriamente o Monumento sob a jurisdição do Patriarcado de Lisboa. Essa situação provisória foi ultrapassada, há cerca de cinco anos, integrando o Monumento na Diocese de Setúbal, sob a jurisdição do seu Bispo. Há tempos que se vinha verificando a necessidade de obras de restauro, para contrariar a normal erosão do betão armado, que começava a criar riscos físicos para os visitantes. As obras acabaram por ser realizadas já sob a responsabilidade da Diocese de Setúbal, foram bem visíveis de Lisboa durante a sua execução, e custaram cerca de um milhão de euros. Este encargo é incomportável para a administração corrente do Monumento, que teve de se endividar para as pagar. Dado o empenhamento de todas as Igrejas de Portugal na construção do Monumento, o Senhor Bispo de Setúbal pediu ajuda à Conferência Episcopal. Esta decidiu que, em todo o país, os ofertórios das missas no dia da Festa de Cristo-Rei, se destinarão a ajudar a Diocese de Setúbal a satisfazer esse encargo. Por isso assim acontecerá na Diocese de Lisboa, que, pelo que ficou dito, tem uma particular responsabilidade no Monumento a Cristo-Rei. Peço a generosidade de todos, pessoas e comunidades, e o Senhor vos recompensará. Espero que toda a Diocese ponha neste ofertório o mesmo empenhamento que seria necessário se o Monumento ainda estivesse sob a nossa responsabilidade. Desejo a todos um início de ano pastoral cheio de generosidade e de esperança, para continuarmos a edificar a “Casa do Senhor” Fraternalmente saúda-vos e abençoa-vos. Lisboa, 22 de Setembro de 2003 † JOSÉ, Cardeal-Patriarca

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