Carta contra pobreza entregue ao Primeiro-Ministro

Subscritores pedem declaração política sobre o cumprimento dos Objectivos do Milénio Foi entregue, esta manhã, na residência oficial do Primeiro-Ministro em S. Bento, uma Carta Aberta Contra a Pobreza e Desigualdade subscrita por 268 instituições e associações. Os representantes dos signatários – o Pe. José Augusto Leitão, da Rede Fé e Justiça Europa África, Manuela Silva da Comissão Nacional Justiça e Paz, João Pedro Martins do Desafio Miqueias e o Major Alberto Serém do Exército de Libertação – foram recebidos por Artur Penedos, assessor de José Sócrates para os assuntos sociais. Os subscritores pediram uma declaração política sobre o que o governo está a fazer não só em Portugal, mas no âmbito mundial, para cumprir os Objectivos do Milénio. O Pe. José Augusto Leitão lembra à Agência ECCLESIA o compromisso de transferência de 0,7% do PIB dos países ricos para os países em vias de desenvolvimento “por cumprir”. “José Sócrates deveria dirigir-se ao país com uma mensagem sobre a pobreza e um compromisso mais realista”, sublinha o Pe. José Augusto Leitão. Durante o encontro foram ainda abordados “alguns casos reais de pobreza”. Os subscritores foram ainda aconselhados a solicitar um encontro com o Ministro Vieira da Silva que tutela o Trabalho e da Solidariedade Social. Amanhã mesmo, Vieira da Silva vai promover numa audição sobre o limiar da pobreza e “esperamos que faça uma declaração governativa”. Em Julho passado a Assembleia da República votou a pobreza como violação dos direitos humanos. O Pe. José Augusto Leitão espera que “este não tenha sido um mero acto simbólico”. Amanhã os promotores da Carta aberta vão encontrar-se com “a maioria dos partidos com assento parlamentar”, apesar de ainda não ter total confirmação dos encontros. Amanhã, dia 17, assinala-se o Dia Mundial de Erradicação da Pobreza. “São momentos importantes e mais fortes de tomada de consciência para que a sociedade não se desumanize”. No entanto, são momentos que “não podem ser pontuais”. “Estes dias pautados por acções simbólicas são fundamentais, pois com a realização de várias iniciativas, as pessoas podem tomar consciência que, embora os pobres, como se vê não tenham vez na sociedade, para os cristãos eles continuam a ter o mesmo valor”. O sacerdote da Rede Fé e Justiça Europa África admite que esta crise financeira “mostra uma disponibilidade para apoiar a banca mas percebemos apatia e indiferença no apoio aos pobres”. O quadro de crise financeira vai “fechar-nos ainda mais sobre os nossos problemas”, admite. Por isso, esta acção pública serve para “nos abrirmos e não esquecermos os outros”. Notícias relacionadas Carta Aberta contra a Pobreza e a Desigualdade

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