Carnaval: Nesta pandemia, o sorriso passou da boca para os olhos (c/fotos)

Fernando Batista dinamiza projeto «Mais Feliz», que distribui sorrisos e solidariedade

Lisboa, 16 fev 2021 (Ecclesia) – As regras sanitárias e o uso das máscaras levaram os sorrisos a mudar das bocas para os olhos, refere à Agência ECCLESIA Fernando Batista, que há alguns anos escolheu o humor forma de comunicar Deus aos outros.

“Sorrir com os olhos é importante, tantas vezes podemos esboçar um sorriso nos lábios que não é acompanhado pelos olhos, este riso do olhar é mais genuíno” considera o professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) no Agrupamento de Escolas de Águeda Sul.

O dinamizador do projeto ‘Mais Feliz’ assume que, na pandemia, o humor também se teve de adaptar, procurando levar a alegria pelo sorriso a quem está mais só.

“Nestes dias, começamos a rir com os vizinhos, porta a porta, janela com janela, em que vamos com a nossa carrinha levar o sorriso junto das pessoas”, relata.

Está é uma missão que está a levar o projeto ‘Mais Feliz’ ao encontro daqueles que habitualmente frequentavam Centros de Dia, Academias ou a Universidade Sénior, mas agora estão confinados em casa.

A iniciativa nasceu a partir de um estudo académico de Licínia Moreira, que é educadora social e também catequista, tendo começado no dia em que arrancou a vacinação em Portugal.

“Chegou a vacina contra a Covid-19 e nós tínhamos a vacina da felicidade”, afirma Fernando Batista que lembra o alcance da iniciativa.

Esta vacina não é só um sorriso, mas são coisas que fazem sorrir, é uma corrente solidária em que já pudemos entregar alguns bens essenciais”.

Fernando Batista que, nesta terça-feira de Carnaval é o convidado do programa Ecclesia na RTP2 (15h30), considera que o sorriso também é “o sinal de um Deus sorridente, um Deus alegria” e é isso que o move neste projeto, que nasceu da sua experiência como professor de EMRC e animador juvenil.

No dia dos namorados, o projeto ‘Mais Feliz’ passou por Vagos, Marco de Canavezes e Valongo para levar sorrisos aos mais idosos e fazer uma pergunta.

“Como é que a sua namorada ou namorado o fazia rir? Isto tem a capacidade de despertar memórias agradáveis é dar horizonte de vida positiva às pessoas” diz Fernando Batista, que considera que rir também é rezar.

“Posso rir em silêncio, pôr o meu interior a rir e isto é uma espiritualidade do sorriso, revela-me um Deus sorridente”, acrescenta.

O entrevistado realça que, quando alguém ri, todo o corpo vibra e que isso, tem até consequências benéficas no sistema imunitário.

O projeto ‘Mais Feliz’ também vai a empresas que reconhecem a importância de trabalhar a alegria e a capacidade de rir entre os colaboradores.

“A alegria é fundamental entre as equipas, mas ela não se pode desligar da ética para ser coerente”, sustenta Fernando Batista, para quem esta missão nunca se pode desligar da fé que o anima ou da sua missão de professor de EMRC.

Por estes dias em ensino há distância, o docente explica que as aulas começam sempre com alguns exercícios de boa disposição.

“Recomendo que nos elogiemos, que gostemos de nós e depois que elogiemos também os outros e que lhes transmitamos isso. É uma boa forma de criar uma corrente positiva e de valorização do outro”, conclui.

HM/OC

 

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Agência ECCLESIA

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