Francisco dedicou intenção de oração de maio à «formação de religiosas, religiosos e seminaristas»
Fátima, 30 abr 2024 (Ecclesia) – Inês Amaral, da juventude Carmelita em Portugal, salienta que Santa Teresinha “viveu a interioridade de uma forma muito específica”, na clausura, não são todos chamados a viver assim, mas “toda a gente é chamada de uma vida de interioridade”.
“O facto de ela ter descoberto a sua espiritualidade através de uma relação muito próxima, muito íntima com Jesus, mostra que é algo que todos somos chamados, cada um na vida que tem, na forma que aqui é chamada, em particular, descobrir também qual é a sua missão na Igreja e como é que Jesus o chama a amar, ou seja, sinto que isso é algo que fala a toda a gente, qualquer que seja a vocação”, disse a jovem, de 21 anos, à Agência ECCLESIA.
Inês Amaral, que participa nas atividades da Ordem dos Carmelitas Descalços em Portugal, considera que a espiritualidade é importante para os jovens e destaca que, “acima de tudo”, aquilo que Santa Teresinha descobriu foi que a “síntese de tudo que é o amor”, acrescentou em declarações no II Congresso de Santa Teresinha.
“Eu acho que apresentando esta primeira síntese e tendo esta experiência concreta de Jesus na vida de cada um depois é mais fácil apresentar tudo o resto que a Igreja tem para oferecer”, desenvolveu.
Em 2025, vão ser celebrados os 100 anos da canonização de Santa Teresinha de Lisieux (1873-2023); em 2023, foram comemorados os 150 anos do nascimento e os 100 anos de beatificação, a UNESCO incluiu-a no calendário dos aniversários 2022/2023.
O padre Renato Pereira, da pastoral juvenil dos Carmelitas Descalços, destaca que os jovens se identificam com o caminho que Santa Teresinha propõe através de “uma linguagem tão simples, tão fresca”, mesmo que exista uma “situação de rejeição inicial”, “pelas florezinhas, pelo tom cor-de-rosa, que parece que pinta todo o universo de Teresinha”.
“Aos jovens a quem temos apresentado Teresinha, encontramos neles uma identificação muito grande entre a sua vida e a vida de Teresinha. E isso aí, para nós, enchem-nos de alegria, porque são jovens a viver o que viveu uma santa jovem”, explicou.
Segundo Inês Amaral, estudante universitária de Gestão, apresentar Santa Teresinha de Lisieux através da forma como se vive “é aquilo que interpela mais as pessoas”, os outros jovens, a forma diferente de viver, de servir, de mostrarem o “amor de forma diferente”, chama a atenção e, “se calhar, levanta alguma curiosidade”.
“Depois, naqueles que se aproximam de nós e que nos vêm fazer perguntas e aqueles que se mostram abertos, é sempre bom poder partilhar, mas, começar sempre por aquilo que é essencial e aquilo que Santa Teresinha também descobriu, que era a síntese, que é o amor”, realçou.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Renato Pereira explica que os jovens identificam-se com Santa Teresinha do Menino Jesus quando descobrem que é uma mulher que teve dúvidas, “que é uma mulher que experimentou a fragilidade, isso toca os jovens de uma maneira muito especial”, “descobrem uma amiga para a vida”, com quem podem caminhar, porque sentem que “é uma santa, jovem como eles, mas frágil como eles”, gera-se uma empatia imensa e descobrem, a proposta desta santa Doutora da Igreja, “a proposta da confiança”.
O padre Joaquim Teixeira, dos Carmelitas Descalços, lembra que “Teresinha é uma santa jovem”, entrou no Carmelo de Lisieux “com 15 anos apenas”, com um pedido que fez ao Papa Leão XIII), que “abriu essa exceção” para que ela pudesse entrar tão jovem para o convento, e faleceu com 24 anos de idade, “teve uma vida muito curta, fez um percurso muito rápido”.
“Ela é profundamente luminosa para os jovens do nosso tempo, não apenas para as jovens para todos, mas os jovens sentem uma empatia muito especial com esta figura, porque ela leva-nos aos núcleos do Evangelho”, explicou o responsável pelo II Congresso de Santa Teresinha, intitulado ‘No Coração da Igreja’.
Esta terça-feira foi publicado o ‘Vídeo do Papa’ com a intenção de oração de Francisco para o mês de maio, dedicada à ‘formação de religiosas, religiosos e seminaristas’.
CB/OC
Vaticano: Papa pede mais atenção para formação de religiosas, religiosas e seminaristas (c/vídeo)