«Tem experiência de vida, tem doutrina, tem consistência teológica e espiritual para o nosso tempo» – Padre Joaquim Teixeira
Fátima, 22 abr 2024 (Ecclesia) – A Ordem dos Carmelitas Descalços em Portugal realizou de 19 a 21 de abril, em Fátima, o II Congresso de Santa Teresinha, “uma das santas da atualidade”, com o tema ‘No Coração da Igreja’.
“Santa Teresinha do Menino Jesus é uma das santas da atualidade, uma das santas do nosso tempo, que tem uma experiência de vida, tem doutrina, tem consistência teológica e espiritual para o nosso tempo”, disse à Agência ECCLESIA o padre Joaquim Teixeira, responsável pelo congresso que se realizou na ‘Domus Carmeli’ dos Padres Carmelitas.
O entrevistado explicou que a iniciativa passou em revista “núcleos essenciais da sua vida, da sua espiritualidade”.
“É uma santa que nos fala do amor misericordioso, que nos introduz nesta escola do amor do Evangelho, é uma santa que nos apresenta um pequeno caminho para chegar à santidade. Esse é o grande legado que ela deixa à Igreja: É uma doutrina do pequeno caminho, que é apenas uma doutrina feita de confiança e de abandono, duas palavras-chaves na vida desta jovem”, desenvolveu o padre Joaquim Teixeira.
O coordenador deste congresso realça que a religiosa francesa de clausura “também traz muita luz” para a vida familiar e para a vida eclesial, o seu ‘Manuscrito C’, centrado na importância da vida em fraternidade, das relações fraternas, “tem uma luz e uma atualidade excelente”.
Os 150 anos do nascimento da jovem carmelita de Lisieux e os 100 anos da sua beatificação, em 2023, os 100 anos da canonização, em 2025, foram também pretextos para redescobrir a vida de Teresinha que faleceu com 24 anos (1873-1897); entrou para o Carmelo com 15 anos.
Inês Amaral, com 21 anos, faz parte do movimento juvenil Carmelita e explica que “uma primeira grande razão” para participar no congresso foi identificar-se “muito” com esta espiritualidade e Santa Teresinha, em particular, “porque queria conhecer mais aprofundadamente a mensagem dela”.
“Em particular como se aplica aos dias de hoje, à Igreja de hoje e aos jovens de hoje, ou seja, o que é que ela nos tem a dizer. A visão que tem da Igreja e como o amor transforma e move a Igreja, isso foi algo que me chamou”, disse a estudante universitária de Gestão, em Lisboa, à Agência ECCLESIA.
‘O lugar de Teresinha na Igreja’ foi o tema da conferência do padre Renato Pereira, que explica que a santa carmelita ocupa um lugar ‘no coração da Igreja’, primeiramente porque “fez uma experiência da Igreja, e ela descobriu que a Igreja tem um coração”, que é o primeiro ponto que “é muito importante”.
“A Igreja tem uma vida, e se ela tem uma vida e tem um corpo, tem um coração. Ou seja, é preciso um órgão que bombeia, digamos assim, a energia para a vida da Igreja, e ela descobriu que, claramente, o seu papel era nesse coração, era amar e a fazer que Jesus fosse amado, basicamente”, indicou Carmelita Descalço.
O padre Renato Pereira adianta que o segundo ângulo sobre o qual podem “olhar para o lugar de Teresinha na Igreja” é o seu “poder de irradiação que não se explica muito bem”, e que vêm de ser “uma mulher centrada no essencial, ou seja, amar Jesus e fazê-lo amar”, observando que “há testemunhos de pessoas que ficam tocados simplesmente pelo sorriso de Teresinha, sem lerem absolutamente nada”.
Carlota Pimenta participou num painel que olhou para Santa Teresinha a partir de três realidades – na família e nas comunidades; os sacerdotes – e apresentou o despertar vocacional, começando por assinalar que a vocação é para todos – vida laical, vida matrimonial, vida sacerdotal, vida consagrada -, “uma resposta de um chamamento de Deus para a vida, para todos”.
“Santa Teresinha é uma guia neste caminho, uma amiga próxima, ela está connosco na nossa realidade e inspira-nos pelo próprio caminho de discernimento que ela fez, e Teresinha leva-nos ao essencial, ao coração, uma relação de coração com Jesus, uma relação pessoal. E é nessa relação que descobrimos esse desabrochar vocacional que vai depois aprofundando em cada uma das relações específicas”, acrescentou a professora universitária à ECCLESIA.
CB/OC