Carmelitas: Contemplação é via de fidelidade e compaixão com quem sofre

Papa Francisco afirmou atualidade do carisma e pediu aos monges de clausura «sensibilidade» perante as tragédias da humanidade

Foto: Vaticano

Cidade do Vaticano, 21 set 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos frades Carmelitas para operarem uma “revolução de ternura” e para, através da contemplação, serem sensíveis” à “obscuridade da vida e das tragédias da humanidade”.

“A contemplação seria passageira se fosse reduzida a êxtases e arrebatamentos, que nos distanciam das alegrias e preocupações das pessoas. Cuidado com o contemplativo não compassivo. A ternura de Jesus ajuda-nos a aproximar-nos das feridas do corpo de Cristo, que, hoje, são visíveis nos irmãos despojados, humilhados e escravizados. Precisamos de uma revolução de ternura, que nos torne mais sensíveis diante da obscuridade da vida e das tragédias da humanidade ”, afirmou o Papa durante o encontro com os participantes no Capítulo geral da Ordem dos Frades Carmelitas, que teve início no dia 2.

O Papa quis deixar palavras de “encorajamento e esperança” junto de quem procura atualizar o carisma Carmelita que, afirma, “continua a ser dom para toda a Igreja”.

“Deus abençoou Carmelo com um carisma original para enriquecer a Igreja e comunicar a alegria do Evangelho ao mundo, compartilhando o que vocês receberam com entusiasmo e generosidade ”, sublinhou.

Francisco desafiou os membros da família Carmelita a manter três diretrizes para a sua caminhada: “fidelidade e contemplação, acompanhamento e oração, ternura e compaixão”.

O Papa recordou aos Carmelitas que a sua missão continua a ser mostrar “o Carmelo como uma verdadeira escola de contemplação de Deus”.

“Embora o Carmelo seja uma Ordem mendicante de vida ativa, mantém a solidão e o desapego do mundo, que, junto com a contemplação, representam a melhor parte da sua vida espiritual”, enfatizou.

Francisco indicou o Carmelo como lugar de “vida interior”, encorajou os frades a serem “artesãos da fraternidade” e atenção ao “mundanismo” que alertou ser “a tentação mais perigosa para a Igreja”.

Num discurso publicado na sala de imprensa da Santa Sé, o Papa sugeriu que um carmelita deve “ter um coração compassivo e, mediante a contemplação, ser aberto à beleza, à verdade e à bondade”.

LS

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Agência ECCLESIA

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