“A pobreza é uma tragédia que tem de ser combatida sempre”, disse D. Rui Valério.
Lisboa, 04 mar 2024 (Ecclesia) – O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, criticou, este domingo, dia da Cáritas, a “incapacidade portuguesa” de caminhar para salários ao nível da média europeia.
“A pobreza é uma tragédia que tem de ser combatida sempre” e que “o combate ao fenómeno tem de ser uma prioridade sempre e não só em tempo de campanha eleitoral”, disse o Patriarca de Lisboa à Rádio Renascença à margem da eucaristia que presidiu na Basílica de Mafra, no âmbito do dia da Cáritas Portuguesa.
Em relação ao recente relatório da Cáritas Portuguesa – cujas conclusões apontam para mais de 500 mil portugueses em situação de pobreza severa e para um fraco progresso na luta à exclusão social nos últimos quatro anos -, D. Rui Valério pediu uma união de esforços “de ordem económica, social, política e também religiosa” para aumentar os rendimentos das famílias mais pobres.
O Patriarca destacou ainda que a pobreza também tem uma “forte dimensão social”, nomeadamente quando afeta imigrantes que não entram nas estatísticas.
Aproveitando o tempo quaresmal, D. Rui Valério elegeu “reflexão” e “ressurreição” como as palavras-chave para o período de eleições em Portugal.
“Essas são palavras estruturantes de qualquer projeto de sociedade. Contudo, não há ressurreição sem morte, morte de tanta coisa que não está a funcionar, de tanta coisa que não deveria de existir. (…) São erros, vícios, excessos, radicalismos… Tudo isso tem de ser suplementado por uma força luminosa, radiante da vida – a ressurreição”, remata.
Este III Domingo da Quaresma, é conhecido como o Domingo da Cáritas que teve como lema «Cáritas, o amor que transforma».
Um lema de toda a rede Cáritas para designar “a motivação e o testemunho de muitos colaboradores, voluntários e doadores que asseguram e desejam a transformação social em muitas pessoas carenciadas de apoio. Hoje é dia especial de oportunidade para dar uma oferta aos mais necessitados através da Cáritas” – sublinhou D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, na homilia, do III Domingo da Quaresma, em Fátima.
LFS