Caritas Internationalis alerta para fome no Zimbabué

Mais de quatro milhões de habitantes do Zimbabué vão enfrentar graves carências no próximo ano, se não receberem ajuda, alerta a Caritas Internationalis que confirmou o aumento de ajuda humanitária, em especial, na distribuição de alimentos a mais de 100.000 pessoas, até Abril de 2008. Através da agricultura, irrigação e plantação de novas sementes, a Caritas prevê ajudar cerca de 16.500 famílias. A situação do Zimbabué encontra-se em quebra e os que podem, fogem da crise do país, denuncia a secretária-geral, Lesley Anne Knight, através de um comunicado. A população do país africano encontra-se em sofrimento pelas “más colheitas, chuvas escassas, reforma agrária sem êxito, lojas sem produtos, serviços nacionais de saúde, educação e cultura em quebra, e crise económica que não pára”. O Zimbabué duplicou a taxa de desnutrição infantil – desde Novembro de 2006 regista 12%; as cidades atingem 80% de paralisação e a inflação é de 8.000%. Neste contexto, a alimentação básica é muito cara para grande parte da população. A Cáritas Internationalis precisa e pede 7 milhões de dólares ao Zimbabué. A secretária geral denuncia o presidente Robert Mugabe como responsável da ruína económica e social do país. “Violou a liberdade e outros direitos fundamentais da população, além de ter fracassado no combate à corrupção”. Por tudo isto, a menos que a comunidade internacional compense a carência de alimentos, “o país africano vai enfrentar uma crise humanitária”, avisa Lesley Anne Knight,reafirmando ainda o dever do governo do Zimbabué de “assegurar que a ajuda alimentar chegue aos mais necessitados”. O governo tem também a obrigação de garantir a aplicação de políticas, inclusive reformas de lei, que garantam que “um país que no passado se caracterizava por uma rica colheita de trigo, possa novamente voltar a ser auto-suficiente na sua alimentação”, assegura. As escassas colheitas devida às secas, e a inadequada implementação do processo de reforma agrária deixaram muitos agricultores incapazes de explorar as suas terras, de forma que, segundo a Caritas Internationalis, a produção de alimentos no Zimbabué foi, neste ano, 40% inferior ao ano anterior. O ambiente político polarizado não fez mais que piorar a situação. “Agora, as outrora bem consolidadas estruturas governamentais, são incapazes de responder às necessidades da população”, que se encontra seriamente debilitada para enfrentar as dificuldades por causa do impacto da Sida, cuja penetração se estima acima dos 20% entre os 19 e os 29 anos. Actualmente, a expectativa de vida no Zimbabué situa-se nos 40 anos de idade, tanto para homens como para mulheres.

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