Caritas denuncia «ganância» como origem da crise

A Caritas denuncia a ganância e o egoísmo que conduziram à actual crise financeira. “A cartilha de valores que só se satisfaz na busca da riqueza, na aquisição de bens supérfluos, na vida superficial, sem valores espirituais nem solidariedade”, está na origem da situação que a Caritas denunciou em Maio de 2008, quando “a situação de crise se anunciava com gravidade”. Num comunicado final da reunião da Comissão Permanente da Caritas Portuguesa que se debruçou sobre a “Crise Financeira e Económica: evolução, acções em curso, medidas mais urgentes”, são recordadas as preocupações que este serviço da Igreja Católica manifesta com a situação que conhece “a partir da informação recebida de instâncias internacionais credíveis e do conhecimento adquirido no terreno, paróquia a paróquia, diocese a diocese”. Famílias atingidas pelo desemprego, pelos salários em atraso, pelo aumento do custo de vida, a falência da classe média que contribuiu para o recrudescimento da designada «pobreza envergonhada» são situações apontadas pela Caritas que indica ser dever do poder público criar “condições efectivas e atempadas conducentes à revitalização da economia”. A dinamização da economia “não pode deixar esquecidas as preocupações concretas e quotidianas das famílias atingidas pela crise, bem como o apoio às pequenas e médias empresas, pois nelas reside o verdadeiro fortalecimento do tecido económico”. O comunicado indica ser de “elementar justiça”, apoiar todos os que “perderam o emprego ou por endividamento excessivo vivem no desespero”, pois “muitos deles e delas vítimas de uma cultura consumista desregulada”. A Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa pede à classe política que crie condições para o reforço dos meios dissuasores de falências oportunistas e fraudulentas. Este serviço pede “empenho na criação e manutenção de emprego” e frisa a importância de apoiar quem possa criar próprio posto de trabalho, sugerindo para isto “o recurso ao crédito bancário com bonificações decrescentes das taxas de juros”. A caritas frisa que continuará presente, em cada diocese, em cada paróquia, “junto de todos os homens e mulheres de boa vontade, para ajudar todos os que estão verdadeiramente empenhados em construir uma sociedade mais humana e mais justa”. “É em tempo de crise maior que se vê a verdadeira generosidade das pessoas”, aponta o comunicado. Por isso, “é necessário que todos nos mantenhamos vigilantes e empenhados na superação da crise. A própria Democracia o exige. Mas porque os tempos são tão preocupantes, é preciso que haja uma resposta solidária e invulgarmente forte”. Notícias relacionadas Comunicado da Comissão Permanente da Cáritas Portuguesa sobre a Crise financeira e económica

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Agência ECCLESIA

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