Cardeal Poupard defende que o extremismo islâmico não representa o Islão

O Cardeal Paul Poupard, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR), considera que um extremista muçulmano “não é um verdadeiro muçulmano” e que Bento XVI está empenhada em criar pontes com o Islão. “O extremista muçulmano não é um verdadeiro muçulmano e eu não dialogo com ele”, assinalou, precisando que o “diálogo político” está dependente da Secretaria de Estado do Vaticano. Numa entrevista concedida ao jornal católico francês “La Croix”, o Cardeal Poupard, que se encontra à frente do CPDIR há 3 meses, defende que só pode haver diálogo entre pessoas “verdadeiramente livres”, pelo que espera que a relação com o mundo muçulmano ocorra num clima de “liberdade religiosa e reciprocidade”. Este responsável alerta, ainda, para a necessidade de não pensar no Islão como um “bloco monolítico” e sublinha que o diálogo se faz com pessoas e não “com religiões”. Quanto aos obstáculos que se colocam ao diálogo entre as duas religiões, o Cardeal Paul Poupard considera que são, principalmente, de “ordem cultural”, mas prefere falar de “desafios”. O membro da Cúria Romana precisa que o Papa não quis fundir o Conselho Pontifício da Cultura com o CPDIR, mas antes “unir as presidências”, com o objectivo de favorecer um diálogo mais intenso entre os homens de cultura e os representantes das diversas religiões. “Quando dialogamos com os muçulmanos sobre os desafios da ecologia e do ambiente, referimo-nos à Criação de Deus, objecto de fé, mas também domínio de reflexão filosófica. Ora, a filosofia faz parte da cultura”, precisou.

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