Cardeal português lembra João XXIII

D. Manuel Monteiro de Castro elogia «humildade» e capacidade de diálogo do Papa italiano, que morreu há 50 anos

Lisboa, 03 jun 2013 (Ecclesia) – O Papa João XXIII, Angelo Giuseppe Roncalli, morreu há 50 anos, deixando atrás de si cinco anos de pontificado e um legado de “humildade” e “diálogo”, segundo o cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro.

“Angelo Roncalli, sacerdote, diplomata, bispo, Papa, evidencia-se pela humildade, amor ao diálogo, amor a Cristo, à Igreja e à humanidade inteira”, refere à Agência ECCLESIA o penitenciário-mor da Santa Sé, que tal como João XXIII passou várias décadas ao serviço diplomático do Vaticano.

O Papa italiano, beatificado por João Paulo II em setembro de 2000, nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bérgamo, onde foi pároco, professor no Seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.

João XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.

“Sobressaiu pela sua capacidade conciliadora, pelo seu interesse ecuménico, sinceridade e coragem, manifestada em salvar a vida a judeus durante a II Guerra Mundial”, lembra o cardeal Monteiro de Castro.

Em 1953, Angelo Roncalli foi nomeado patriarca de Veneza e no dia 28 de outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII.

“A vida diplomática, em diversos países, enriqueceu naturalmente os dotes de Angelo Roncalli e o seu modo de atuar”, destaca o cardeal português a respeito de João XXIII, que “convocou o Concilio Vaticano II para explicar a doutrina da Igreja ao mundo atual e publicou oito encíclicas, de grande valor como a ‘Mater et Magistra’ e a ‘Pacem in Terris’”.

O homem que alimentava “a possibilidade da paz universal, da fraternidade entre os homens” defendia “uma atuação não para fazer-se ver, mas para levar a todos a paz própria dos filhos de Deus”, acrescenta D. Manuel Monteiro de Castro.

O penitenciário-mor da Santa Sé esteve na Arquidiocese de Bérgamo a 24 de junho de 2012 para presidir à festa patronal da paróquia de São João Batista, no dia seguinte, visitar a casa dos pais do Papa João XXIII.

“Notei uma fotografia junto a uma carta escrita à mão. Aproximei-me e li: ‘Queridos pais, celebrei 50 anos de sacerdote e não vos escrevi porque o tempo não me permitiu, mas quero dizer-vos que li muitos livros mas o melhor da minha vida foi o vosso, foi o que aprendi convosco em casa. A família é a melhor escola’”, relata.

O 50.º aniversário da morte do Beato João XXIII vai ser assinalado esta tarde na Basílica de São Pedro com uma missa presidida pelo arcebispo de Bérgamo, D. Francesco Beschi, e uma saudação aos presentes do Papa Francisco.

A data está em destaque na última edição do Semanário Ecclesia, com acesso garantido através da assinatura anual, no valor de 10 euros, que pode ser pedida através de envio de email para agencia@ecclesia.pt.

OC

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