Canonizações: D. António Marto assinala momento belo para «Igreja, para Portugal e para Fátima»

Bispos portugueses presentes no Vaticano para acompanhar canonização de João Paulo II e João XXIII

Cidade do Vaticano, 26 abr 2014 (Ecclesia) – Os bispos portugueses D. António Marto e D. Virgílio Antunes, presentes no Vaticano para acompanhar a celebração que este domingo vai canonizar João XXIIII e João Paulo II, recordam a relação afetiva com os futuros santos.

“São dois papas que marcaram os séc XX e XXI, com a sua santidade vivida e manifestada no exercício da sua missão, com estilos e personalidades diversas, mas unidos pela paixão ao homem e a Cristo. Não há um molde para fazer santos, cada um é na sua situação concreta, no tempo e nos desafios que a Igreja e o mundo colocam”, afirma à Agência ECCLESIA o bispo de Leiria – Fátima que se encontra em representação da Igreja em Portugal, enquanto vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

D. António Marto descreve a canonização como um “momento belo para toda a Igreja universal, para Portugal e para Fátima”, acrescentando sentir-se “muito ligado a João Paulo II como também a João XXIII”.

“Quando eu era estudante em Roma, nos anos 70, no aniversário da sua morte a 3 de Junho, vinha rezar ao túmulo do santo João XXIII”, recorda.

O Papa Angelo Roncalli “inaugurou uma nova presença da Igreja no mundo” e “na sua sabedoria de ancião soube encontrar as respostas para ultrapassar as resistências ao Concílio Vaticano II”, marcando ainda o mundo quando “na iminência de uma guerra nuclear por causa dos mísseis de Cuba, ele exerceu toda a sua influência diplomática e escreveu aquela encíclica «Pacem in terris», marcando também a Doutrina Social da Igreja”.

O bispo de Coimbra afirma ter recebido um testemunho de João XXIII “em segunda mão”, através da “marcação do Concílio Vaticano II, a abertura e inserção no mundo, com perspetivas que não podemos abandonar, que estão e vão continuar a marcar o mundo”.

D. Virgílio Antunes afirma ter uma “ligação afetiva a João Paulo II” com quem teve alguns “contactos pessoais”.

“Foi o Papa da minha juventude, do exercício do meu ministério de enquanto padre. Foi uma figura extraordinária que me marcou muitíssimo e que me levou a vir à canonização”, conta à Agência ECCLESIA.

D. António Marto recorda o “longo pontificado de 26 anos” de João Paulo II, marcando a Igreja com a missão e a atenção à humanidade.

O bispo de Leiria – Fátima recorda a frase de João Paulo II, «O homem é o caminho da Igreja», recordando o futuro santo como o “arauto da dignidade e direitos da humana que levou à implosão dos países de Leste da Europa, dos regimes comunistas e ditaduras ataístas”.

“No final da sua vida deixou um testamento que foi a exortação apostólica sobre o início do terceiro milénio, «Ecclesia in Europa», deixando uma intuição profética que agora o Papa Francisco se faz interprete ao dizer que a misericórdia será o caminho da Igreja no terceiro milénio”.

O vice-presidente da CEP indica ainda o testemunho final da sua vida como uma “encíclica, não escrita em livro”, onde se encontra uma mensagem de “fim vivido com sofrimento mas entregue a Deus pela humanidade”.

D. António Marto indica a imagem do Papa polaco, no Santuário de Fátima como “a meta dos peregrinos” ao local mariano.

“A imagem de João Paulo II é uma meta dos peregrinos que lá se dirigem. Vejo a fé com que rezam, os ramos de flores que oferecem, muitas vezes com as lágrimas das dores e sofrimentos que trazem consigo. Confiamos que ele intercede por todos os que se confiam a ele”, assinala.

OC/LS

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