«Canonização popular» não precipitará processo de beatificação

O clima de “canonização popular” da Irmã Lúcia que se vive no dia da sua trasladação para o Santuário de Fátima não vai precipitar o início do processo de beatificação da Vidente. Isso mesmo foi assegurado pelo Bispo de Coimbra, responsável pela abertura do processo. “Não o faremos sem diálogo com as Carmelitas e o Santuário de Fátima”, assegura D. Albino Cleto. “Todos os intervenientes pensam que é preciso ser fiel à humildade da Irmã Lúcia e não nos precipitarmos”, prosseguiu, em declarações às estações televisivas, que acompanham as cerimónias de hoje. Para este responsável, o processo será aberto “quando se julgar oportuno”, apesar de admitir que se faça antes dos 5 anos. O Pe. Luis Kondor, vice-postulador da Causa de canonização dos Pastorinhos, lembrou, à RTP, que o processo se inicia “com a fama de santidade”, lembrando que “o povo de Deus tem de pedir o início do processo”. O Pe. Kondor lembra que se trata de um procedimento “rigoroso e demorado”, feito de acordo com as regras da Igreja. O Código de Direito Canónico estabelece que são necessários cinco anos após a morte, para a abertura de um processo. Em declarações à Agência Lusa, o Pe. Luís Kondor revelou que já pediu à Diocese de Coimbra para solicitar junto do Vaticano a “dispensa” dos prazos para iniciar o processo canónico de beatificação, considerando que existem “todas as condições” para que esse prazo seja dispensado pela Santa Sé, até porque era essa a vontade de João Paulo II. Lembrando o que já tinha revelado em entrevista à Agêncai ECCLESIA, o vice-postulador da Causa dos Pastorinhos realtou que, no dia seguinte após a morte da Irmã Lúcia, o secretário pessoal do Papa comunicou-lhe o desejo de João Paulo II de iniciar rapidamente o processo de beatificação da Vidente. Coimbra não esquece D. Albino Cleto não escondeu que este é um dia de grande emotividade, esperando que a mesma “abra caminho à fé e à esperança, para passar da emotividade para a memória da Mensagem de Fátima”. “Se a Irmã Lúcia estivesse aqui hoje, diria: Não pensem em mim, pensem em Nossa Senhora, naquilo que ela me pediu”, repetiu o Bispo de Coimbra. O prelado destacou a “simplicidade e humildade” da Vidente, lembrando as “oportunidades únicas” que teve para contactar com a Irmã Lúcia “Hoje é um dia memorável, como foi o dia em que a cumprimentei quando cheguei a Coimbra. O momento que mais guardo na memória, contudo, foi o dia da morte, que considero um mimo de Deus, dado que cheguei junto dela 10 minutos antes da morte”, relatou. A Vidente ficará ligada a Coimbra, após ter passado 58 anos a viver nessa cidade. “Coimbra sempre a terá como sua”, assegura o Bispo local. Sobre a trasladação para Fátima, D. Albino Cleto refere que a mesma dá cumprimento ao desejo da Irmã Lúcia. “Sabíamos que ela gostava de repousar, finalmente, na Cova da Iria”, conclui.

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