A cinco dias de terminar a campanha do referendo ao aborto, (Sábado é dia de reflexão nacional), os movimentos concentram-se nas últimas iniciativas que ainda têm agendadas. Mas ainda são muitas. Pelas ruas ou em espaços fechados, com figuras públicas ou desconhecidos, os argumentos do Não vão continuar a fazer-se ouvir até sexta feira. Joana Fontes, responsável pela Plataforma Não Obrigada, afirma sentir um maior entusiasmo com o aproximar do final da Campanha. “Chovem telefonemas do país inteiro a disponibilizarem-se para ajudar, outros a dizer que mudaram de opinião pela campanha que tem vindo a ser feita, telefonemas e e-mails do mundo inteiro a dar apoio ao trabalho que temos realizado”. Os testemunhos e as iniciativas ditam a estratégia para os últimos dias. “O Não está a crescer na opinião pública, mas também dentro da Plataforma, porque diariamente nos chegam voluntários para ajudar”. Joana Fontes explica que as figuras públicas ajudam a passar ideias. “Quem nos ajuda, e de alguma forma é figura pública, fá-lo porque está convicto no Não e resolveu dar a cara”, explica. Num momento de relativismo “no mundo inteiro, seria bom que as caras conhecidas não fossem precisas, mas o público identifica-se e as figuras públicas têm feito um trabalho muito bom”, sublinha, não só através da sua aparição mas “fazendo coisas concretas, a escrever e a ajudar como faz qualquer voluntário”. O aborto é transversal a toda a população, “todos temos amigos com opiniões diferentes, conhecemos que estão indecisos, por isso o diálogo está sempre em aberto”, explica a responsável, afirmando que a campanha que têm desenvolvido é alegre, com boa disposição e cheia de motivação, “apesar das dificuldades financeiras”, superadas através das muitas ajudas que têm recebido. Agendado para o dia 8, está o encerramento da campanha. “Será um mega encontro e uma festa pela vida”, a realizar no Coliseu de Lisboa. Um espectáculo de som e música, “com muita alegria e com algumas surpresas”, que está a mobilizar os vários movimentos pelo Não. Até ao último dia “estamos a tempo de salvar muitas vidas”, sublinha Joana Fontes. Por isso não vão perder o entusiasmo e dedicação. Empenhados no Mega Encontro Pelo Não estão também os jovens do Diz que Não. Catarina Almeida, mandatária executiva deste movimento, afirma que nesta participação “queremos demonstrar que somos uma juventude que não se conforma com a liberalização do aborto”, estando no terreno “há muito tempo”. Os jovens juntaram-se neste movimento para afirmar a sua posição pelo Não. A estratégia, até ao último dia, será a mesma, porque “o que está em causa é uma falta de informação e esclarecimento, visível nas pessoas que encontramos” e o esclarecimento junto dos jovens é a sua prioridade. Do contacto diário com as pessoas “sentimos que a maioria rejeita a liberalização do aborto, porque percebem que há outras respostas possíveis”, relembra Catarina Almeida. “Manifestamos uma preocupação verdadeira pelo problema das mulheres”, afirma a mandatária executiva, que rejeita que tantas iniciativas possam ser prejudiciais. “Temos um trabalho desenvolvido desde 1998 e as acções de esclarecimento que fazemos, ajudam a decidir”, explica. As sessões de esclarecimento e acções de rua multiplicam-se, por movimentos e organizações, por posição face ao referendo, por dioceses. Dia 7 está planeado um debate radiofónico, na Rádio Castrense em Castro Verde, entre as 18 horas e as 19 horas. Outro debate radiofónico acontece dia 8, na rádio Santa Marta pelas 21:30 Horas. De Norte a Sul, para esta semana estão ainda agendadas acções de esclarecimento, colóquios, jantares ou debates, num total de 36 iniciativas. Várias vigílias de oração estão também planeadas para todo o país. Dia 7, a partir das 14 horas, na Basílica da Estrela, terá lugar uma oração pela vida com crianças. Também em Lisboa, está marcada na noite de 9 de Fevereiro, uma grande vigília de oração pela vida, no Mosteiro dos Jerónimos. No sítio www.ecclesia.pt/referendo2007 é possível consultar as actividades dos vários movimentos.