«Caminho do Mar» para peregrinos de Fátima

Projeto mostra que mesmo em tempo de crise «é possível realizar obras que fazem grande diferença na vida das pessoas», diz autarca de Cascais

Lisboa, 29 nov 2012 (Ecclesia) – Onze municípios do litoral oeste e centro do país juntaram esforços com o Centro Nacional de Cultura (CNC) e o Patriarcado de Lisboa para promoverem uma nova rota para os peregrinos de Fátima e Santiago de Compostela (Espanha).

Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, autarquia onde começa o trajeto, destaca a importância desta obra para a “segurança” e “apoio” dos “muitos peregrinos” da região que atualmente se fazem à estrada a caminho da Cova da Iria e da Galiza.

“Aqui, nas várias paróquias, as pessoas organizam-se de forma regular e são cada vez mais” realça aquele responsável, que salienta ainda a relevância de iniciativas deste género para a afirmação do “turismo religioso” enquanto mola impulsionadora do país.

“Para reforçar cadeias de valor, que por sua vez geram riqueza, postos de trabalho, Portugal precisa hoje de apostar nas suas grandes marcas”, aponta o presidente da Câmara Municipal de Cascais.

Além da autarquia da Linha, o “Caminho do Mar” percorre as regiões de Sintra, Mafra, Torres Vedras, Bombarral, Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Porto de Mós, Batalha e Ourém, numa extensão de aproximadamente 150 quilómetros.

Com a orientação do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles e o apoio de voluntários, o percurso foi limpo e sinalizado com setas azuis e marcos pedonais, permitindo desviar os peregrinos de estradas com grande intensidade de tráfego e potencialmente mais perigosas.

Por outro lado, por ser mais próximo da natureza, vai também mais ao encontro da “dimensão religiosa e espiritual” procurada pelos romeiros, realça Carlos Carreiras.

“Numa altura em que se fala tanto de desunião e de egoísmo”, a ideia de juntar onze câmaras municipais, o Centro Nacional de Cultura e o Patriarcado de Lisboa mostra que, mesmo no meio da atual crise económica, “ainda é possível realizar em conjunto obras que fazem grande diferença na vida das pessoas”, salienta.

A nova via junta-se aos caminhos do Tejo, do Norte e da Nazaré perfazendo já um total de 650 quilómetros de rotas alternativas coordenadas pelo CNC, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins que esteve quarta-feira em Cascais para a assinatura do último protocolo do projeto.

O Centro Nacional de Cultura começou a desenvolver os Caminhos de Fátima a partir do final do século passado, sendo que várias rotas cruzam-se com os Caminhos de Santiago, normalmente assinalados com setas amarelas.

JCP

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Agência ECCLESIA

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