Tiago e Madalena Pinto Coelho peregrinaram em 2017 e, no fim do caminho, ficaram noivos dentro da Catedral
Lisboa, 25 jul 2019 (Ecclesia) – Tiago e Madalena Pinto Coelho fizeram o caminho português de Santiago, em 2017, e dentro da Catedral de Santiago de Compostela, ficaram noivos e fez “todo o sentido”.
“O que foi sempre importante e nos fez crescer muito como casal foi o caminho de fé que íamos fazendo, individual mas feito em conjunto; esta relação que temos com Deus fez-nos dar passos importantes na nossa relação de namoro. Fez sentido fazer juntos o caminho, também pelo exercício físico que faz sentido para nós e pareceu-me um momento que ia ser bom, estavam os ingredientes todos e estiveram”, diz Tiago Pinto Coelho em declarações à Agência ECCLESIA.
O jovem não fez grande preparação para este pedido de casamento “a não ser comprar o anel” que levava escondido numa “outra carteira” que Madalena pouco desconfiou.
“Tive sempre imenso medo e tinha de andar a esconder da Madalena, eu levei duas carteiras e dizia que era para ter sempre dinheiro de reserva, e, na verdade, só lá tinha o anel, e aquela carteira ia comigo para todo o lado, ia comigo para o banho”, refere.
“No dia em que vínhamos embora, antes do autocarro para Lisboa, fomos à Catedral agradecer o caminho e, nessa altura, o Tiago pediu-me em casamento. Quanto à carteira, achei que o Tiago estava a ser um bocado maníaco mas não questionei muito… e não imaginava que estava lá o anel”, confessa Madalena Pinto Coelho, de sorriso no rosto.
O casal já tinha feito várias peregrinações a pé a Fátima, com os grupos de jovens da paróquia do Campo Grande, em Lisboa, onde são animadores de jovens, mas o caminho de Santiago era uma experiência que os cativava há algum tempo.
“Temos amigos que tinham feito o caminho algumas vezes, nós já tínhamos peregrinado a Fátima e então queríamos um caminho diferente”, explica Tiago.
Também como casal de namorados era um desafio fazer cerca de 120 km, quer ao nível físico, “que não fizeram grande preparação” mas também sentirem a diferença em casal.
“É diferente até porque peregrinar os dois com grupos maiores, com outras pessoas e outras responsabilidades. Ali peregrinámos os dois sem responsabilidades porque faz mesmo diferença, para a maneira que fazemos o caminho… Só os dois, com muito tempo e muitos quilómetros, só para os dois”, resume o jovem professor.
Para Madalena, que fez toda a peregrinação “mais leve” e sem a preocupações, “encontrar outras pessoas ao longo do caminho, “irem juntas e depois encontrarem-se ao fim do dia nos albergues era um ambiente muito bom”.
Tiago sofreu um pouco mais no caminho, fazendo “algumas bolhas” e considera que estar em caminho é sempre um “desconforto confortável”.
“Quando falo em desconforto confortável falo do ambiente que é super familiar embora não se conheça ninguém, vamos conhecendo mas em espaços, caminhos e sítios que nunca tínhamos estado nem visto; estamos constantemente à descoberta, seja do que íamos vendo, seja das pessoas”, afirma Tiago Pinto Coelho.
Numa peregrinação feita a dois para Madalena Pinto Coelho a marca foi o silêncio e a descoberta de estar e ser casal.
“Perceber que o silêncio não é constrangedor, eu sou mais reservada e isso não me fez confusão, porque às vezes saíamos os dois e caminhávamos 1hora em silêncio, um percurso de cada um com sua individualidade mas indo em conjunto”, aponta.
Depois de ficarem noivos nesta peregrinação em 2017, casaram em 2018 e Tiago e Madalena confessam que o caminho se tornou uma marca na história de vida em casal.
“Começou tudo, assumimos o caminho para o casamento e há vieiras por todo o lado”, diz, rindo, o Tiago.
O jovem casal quer voltar ao caminho, “ainda sem datas marcadas” mas com a certeza que “precisam desta experiência novamente” e assumem mesmo ser um “grande desafio” para um tempo de férias.
Os caminhos de Santiago vão ser o tema dos programas de rádio ECCLESIA, na Antena 1, nesta semana, pelas 22h45, ficando depois disponíveis online.
SN