Burquina Faso: Religiosas denunciam crise humana no norte do país

Fundação Ajuda a Igreja que Sofre revela que irmãs “dão as boas-vindas aos refugiados” diariamente

Lisboa, 28 jan 2020 (Ecclesia) – As Irmãs da Imaculada Conceição do Burquina Faso denunciam o “clima de insegurança permanente”, em entrevista à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), e descrevem uma situação de caos humano.

A atual e a anterior superiora geral da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição, Pauline e Maria-Bernardette, referem que os incidentes são constantes, com ataques por parte de grupos terroristas que lançam o medo e o caos junto das populações.

As irmãs “testemunham confrontos diários” e, nalguns casos, como na localidade de Ban, “os terroristas estavam a 4 quilómetros do convento”.

“Vivemos num clima de insegurança permanente”, dizem à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

Apesar do medo dos confrontos as religiosas acolhem no convento, em Ouagadougou, a capital do Burquina Faso, quem precisa de ajuda, maioritariamente mulheres, num total de “mais de 600 pessoas”.

“São mulheres cujos maridos foram assassinados”, mas também “crianças e idosos”. No norte do país, as irmãs “acolhem todos os dias cerca de 30 a 60 refugiados”, relatam.

“Damos as boas-vindas aos refugiados todos os dias”, não há um padrão objectivo nesta onda de violência, as irmãs dizem que “os terroristas matam principalmente homens”, mas todas as pessoas estão em risco. 

“Os católicos são mortos, os animistas são mortos, os muçulmanos são mortos, os protestantes são mortos…”, denunciam.

Com toda a segurança vivida as irmãs Pauline como Maria-Bernardette reforçam a confiança,dizem que  “as pessoas já têm medo e se virem as irmãs a partir então sentir-se-ão realmente abandonadas” por isso não pensam em fechar o convento.

“Não temos medo porque confiamos na Divina Providência, mas sabemos que tudo pode acontecer da noite para o dia, por isso devemos estar preparados para qualquer situação possível.” No entanto, reconhecem que “todos sofrem com esse clima de insegurança”. “Não apenas nossas irmãs religiosas no norte do país, mas também no Mali…”, referem.

Perante a situação de insegurança crescente no Burquina Faso, estas duas irmãs lançam, através da Fundação AIS, “um apelo à comunidade internacional, agradecendo toda a ajuda material que tem sido dada à Igreja no seu país e testemunham o notável exemplo de fidelidade e de coragem dos cristãos deste país”, como noticia a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

 “Diante de todas estas dificuldades – dizem as irmãs Pauline e Maria-Bernardette –, os cristãos não deixam as igrejas, pelo contrário… Rezam ainda mais”.

SN

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