Iniciativa marcada pela «diversidade» de tradições e vivências nas comunidades católicas
Budapeste, 12 set 2021 (ECCLESIA) – A delegação portuguesa ao 52.º Congresso Eucarístico Internacional (CEI), que hoje se encerrou em Budapeste, elogiou a experiência na capital húngara, marcada pela diversidade de tradições e vivências nas comunidades católicas.
“Experimentamos a comunhão na diversidade e sentimo-nos como um grupo de pertença à Igreja na sua totalidade”, disse D. José Cordeiro, delegado da Conferência Episcopal Portuguesa para o CEI, em declarações enviadas à Agência ECCLESIA pelo Secretariado Nacional de Liturgia.
O responsável destaca a experiência de contacto com línguas eslavas e outras tradições, numa cidade que está “na encruzilhada da Europa”.
“É belo, porque a Eucaristia nos congrega a todos, coloca-nos em volta do altar, a falar a mesma linguagem”, observa D. José Cordeiro.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda diz que a organização “ultrapassou expectativas”, ajudando a viver um congresso “na cidade das fontes e das pontes” em que Portugal e, sobretudo Fátima, foram sempre vistos com muita admiração.
“É comovente ver a devoção deste povo a Nossa Senhora de Fátima”, admite.
A Missa de hoje, presidida pelo Papa Francisco, foi para o responsável português um “culminar extraordinário” do congresso, iniciado há uma semana.
A 52ª edição do CEI teve como tema “Todas as minhas fontes estão em Ti. A Eucaristia: Fonte da nossa vida e da nossa missão cristã”, contando com delegações de vários países, incluindo uma comitiva portuguesa de 26 pessoas.
Segundo as autoridades locais, a Missa presidida pelo Papa reuniu 100 mil pessoas na Praça dos Heróis, que Francisco percorreu em carro aberto.
O padre Pedro Manuel, da Diocese do Algarve, delegado diocesano para o CEI, destaca a “alegria” de participar num evento que sublinha a “beleza do encontro das diversas nações e a riqueza das diferenças”.
“Vivemos uma verdadeira aventura de graça, ao longo desta semana”, observa.
A semana incluiu várias catequeses, celebrações e momentos de testemunho que culminaram hoje na Eucaristia conclusiva.
Isabel Alçada, do Patriarcado de Lisboa, participou pela primeira vez num CEI, destacando o dinamismo para o pós-pandemia que sentiu nestes dias, apontando também à Jornada Mundial da Juventude que a capital portuguesa vai receber no verão de 2023.
“É como uma força nova que nasce”, refere.
A irmã Maria José, da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, leva consigo a memória de um “encontro com a Igreja universal” e com a história da comunidade húngara.
“Todas as celebrações foram momentos muito intensos de vivência da fé”, descreve.
A religiosa defende a necessidade de ir além do “formal” para gerar uma fé “evangelizada, consciente e também evangelizadora”.
Já o padre Miguel Melo, do Apostolado da Oração, destaca a ocasião de “experimentar a riqueza da Igreja” numa “diversidade que chega à comunhão”.
“É um sinal profético muito necessário, no nosso mundo, na nossa Igreja, no nosso país”, declara o religioso jesuíta.
Esta foi a segunda vez que a Hungria recebeu o CEI, que decorreu em Budapeste também no ano de 1938; a cidade francesa de Lille acolheu, em 1881, o primeiro Congresso Eucarístico, intitulado “A Eucaristia muda o mundo”.
SNL/OC