«Cultura ecológica não se pode limitar a respostas parciais», frisa Francisco
Cidade do Vaticano, 11 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à “Campanha da Fraternidade” que a Igreja Católica do Brasil promove anualmente, por ocasião da Quaresma, e que este ano defende “o direito essencial de todos ao saneamento básico”.
Numa mensagem enviada aos bispos brasileiros, e publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco lembra que “o acesso à água potável e ao saneamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social”.
Também “para a erradicação da pobreza e da fome, a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental”.
Uma perspetiva que o Papa argentino abordou na encíclica “Laudato si”, sobre o “cuidado pela Casa Comum” e a promoção de uma “ecologia integral”, e que inspira também a “Campanha da Fraternidade 2016”.
Francisco recorda que todos, “governantes e sociedade” em geral “têm a responsabilidade” de zelar por esta “Casa Comum” que é a Terra e seus habitantes, e pelas causas que favoreçam a justiça e o bem-comum.
“Aprofundemos a cultura ecológica. Ela não pode se limitar a respostas parciais, como se os problemas estivessem isolados”, exorta o Papa, pedindo de novo “um olhar diferente”, políticas novas, projetos educativos, “um estilo de vida e uma espiritualidade que contrariem o avanço do paradigma tecnocrático”.
A Campanha da Fraternidade tem este ano a particularidade de unir os cristãos do Brasil, por intermédio do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, aos católicos da Alemanha, através da Misereor.
Em comunhão com esta iniciativa ecuménica, Francisco convida cada participante “a redescobrir como a espiritualidade cristã se aprofunda” quando cada crente faz sua a missão de tocar “a carne sofredora dos outros”.
“O rico património da espiritualidade cristã pode dar uma magnífica contribuição para o esforço de renovar a humanidade”, salienta o Papa.
JCP