Brasil: Conferência Episcopal lança campanha em defesa das comunidades da região amazónica

Bispos denunciam conflitos agrários e socioambientai

Brasília, 27 jul 2020 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal para a Amazónia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com outras organizações eclesiais e da sociedade civil, vai lançar hoje a campanha ‘Amazoniza-te’, em defesa das comunidades da região amazónica.

“A iniciativa surge num contexto em que as violências contra os povos tradicionais são agravadas pela pandemia da Covid-19. Enfrenta-se uma conjuntura onde o desmatamento e a grilagem, as queimadas, a mineração e garimpo se intensificam, tornando-se agentes de proliferação do coronavírus”, indica uma nota difundida pela CNBB.

Os bispos católicos convidam a ações que articulem as lideranças dos povos e comunidades tradicionais, a Igreja na Amazónia, os diferentes organismos eclesiais, artistas e formadores de opinião, investigadores e cientistas.

“A convocatória ‘Amazonizar’” propõe a participação ativa de todo o povo em defesa da Amazónia, do seu bioma e dos seus povos, ameaçados nos seus territórios”, referem os responsáveis pela campanha.

A CNBB alerta para as populações “torturadas e assassinadas nos conflitos agrários e socioambientais, vítimas de uma política norteada pelo agronegócio e por grandes projetos económicos que não respeitam os limites da natureza nem a sua preservação”.

A iniciativa une-se à caminhada realizada ao longo dos últimos anos, na preparação para o Sínodo especial da Amazónia, realizado em outubro de 2019, no Vaticano, por iniciativa do Papa Francisco.

O presidente da CNBB, D. Walmor Oliveira de Azevedo, apresenta a campanha “Amazoniza-te” como um convite e uma oportunidade para se viver a solidariedade com a floresta e com os povos da região.

“Nós queremos, nesse convite a ‘amazonizar’, superar a violação sistemática da legislação de proteção ambiental e o desmonte dos órgãos públicos, com atuação do governo para desregulamentar e ampliar de forma ilegal a atuação das mineradoras, agronegócio, madeireiras e pecuaristas na região”, denunciou.

OC

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