Cardeal Sérgio da Rocha pede diálogo na política e afirma que a liberdade no país depende da superação de problemas como a violência e o desemprego
Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Brasil
Salvador da Bahia, 07 set 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de São Salvador da Bahia afirmou em declarações à Agência ECCLESIA que a celebração dos 200 anos da independência do Brasil desafia a superar os problemas sociais, condição para uma “liberdade consolidada”, e pede “diálogo na política”.
“Celebramos os 200 anos da independência com desafios muitos grandes na vida social: o desafio da pobreza, da violência, do desemprego, entre tantos outros. Precisamos de superar esses desafios para que, de facto, o nosso povo e o nosso país seja sempre mais livre e tenha a sua liberdade consolidada”, disse o cardeal Sérgio da Rocha.
Em entrevista à Agência ECCLESIA na Paróquia Nossa Senhora dos Alagados e São João Paulo II, durante uma sessão de apresentação da JMJ Lisboa 2023, que uma delegação do Comité Organizador Local está a promover em diversas cidades brasileiras, o arcebispo de São Salvador da Bahia afirmou que, na situação atual, “é importante não só a participação pessoal, mas também das comunidades”, promovendo um “exercício da cidadania vivido pessoalmente, mas também juntos, em comunidade”.
O Brasil comemora esta quarta-feira, dia 7 de setembro, os 200 anos da independência, declarada pelo Príncipe Regente D. Pedro nesse dia de 1822 com o denominado ‘grito de Ipiranga’ ao afirmar, diante da notícia de que cortes de Lisboa teriam anulado as suas ordens e reduzido o seu poder, “Independência ou morte”.
As comemorações dos 200 anos da independência do Brasil acontecem a menos de um mês de eleições no país, que os cristãos devem participar de forma “consciência e responsável”, cumprindo o mandato de ser “sal da terra e luz do mundo, nas mais diferentes situações da sociedade e da história”, considera o arcebispo de Salvador.
“Num período como este, eleitoral e de campanha política, precisamos ainda mais da participação consciente e responsável de cada cidadão e particularmente dos cristãos na vida social”, disse D. Sérgio da Rocha.
O cardeal brasileiro sublinhou a necessidade de, na situação atual, “dar testemunho de diálogo e de respeito e convivência fraterna”.
“É um momento em que precisamos de motivar e dar testemunho de diálogo e de respeito e convivência fraterna”, afirmou.
D. Sérgio da Rocha considera que “quem pensa diferente na política não deve ser visto como um inimigo a ser combatido”, mas como alguém com quem é possível “estabelecer diálogo” e, juntos, “aprender, participar na vida política do país”.
As eleições no Brasil realizam-se no dia 2 de outubro para escolher o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.
PR
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