Lisboa, 12 dez 2012 (Ecclesia) – O bispo emérito de São Félix, no estado brasileiro de Mato Grosso, deixou a sua residência depois de ter sido ameaçado por diversas ocasiões nas últimas semanas pela sua defesa dos índios Xavante.
15 organizações da sociedade civil e da Igreja Católica, incluindo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgaram uma nota de solidariedade a D. Pedro Casaldáliga, prelado espanhol de 84 anos que chegou à amazónia brasileira em 1968 e se destacou pela sua posição em questões sociais e por criticar o regime militar (1964-1985).
O missionário da ordem dos Claretianos é um dos fundadores da CPT e do Cimi, estando agora envolvido no processo de desocupação de terras indígenas após mais de “20 anos de invasão”, segundo a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).
Para o atual bispo de São Félix, D. Adriano Ciocca, vive-se na região “um momento de muita apreensão e tensão”.
“Lamentamos que pessoas humildes se tenham deixado levar pelas promessas de políticos e demais pessoas interessadas apenas em tirar proveito desta terra historicamente pertencente ao povo Xavante e que estão acostumadas a usar o povo para garantir os seus interesses”, refere o prelado, citado pelo site da CNBB.
Este responsável repudia “todas as ameaças” contra D. Pedro Casaldáliga e os membros do povo Xavante.
OC