Bragança-Miranda: «Ficar só na devoção a Maria é desconhecer e trair a sua missão» – D. José Cordeiro

Bispo celebrou solenidade da Senhora das Graças e lembrou que os cristãos devem ser «missionários do Evangelho da Esperança» 

Foto Diocese de Bragança-Miranda (arquivo)

Bragança, 22 ago 2019 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda presidiu hoje à solenidade da Senhora das Graças, padroeira principal da cidade de Bragança e titular da Catedral local.

Na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA, D. José Cordeiro salientou que Nossa Senhora permanece como testemunha da “beleza do amor” e da “vocação-missão do seu próprio Filho”, Jesus Cristo.

Um testemunho que convida permanentemente os cristãos a serem “discípulos missionários do Evangelho da Esperança”.

Num momento em que a “gramática” social é dominada pela palavra “crise”, em termos “de fé, de humanidade, dentro e fora da Igreja”, o bispo de Bragança-Miranda admitiu que “é reconfortante sentir que os santuários marianos e as festas marianas e patronais continuam a ser antenas e faróis de esperança, de luz e de paz”.

No entanto, alerta aquele responsável católico, não basta ficar na comodidade de uma fé na Mãe que funciona como um abrigo neste tempo também de tanto “ruído mediático”.

“Ficar só na devoção a Maria é desconhecer e trair a sua missão”, frisou D. José Cordeiro, que desafiou as comunidades católicas a passarem com Nossa Senhora à ação e a mostrar aos outros que “o amor é mais forte do que o pecado”.

“Temos de ter a coragem de tirar a venda dos olhos, para ver com o coração”, prosseguiu o bispo de Bragança-Miranda, que destacou alguns dos desafios que marcam a sociedade atual, e também o território transmontano, a começar pela família.

“O bem de toda a família e da família toda é decisivo para o bem presente e futuro do mundo e da Igreja”, apontou o prelado, que realçou “o Matrimónio e a família” como “um dom de Deus e, simultaneamente, uma vocação-missão específica do ser humano”.

O bispo recordou também a problemática do acolhimento ao outro, que a nível mundial está bem vincada na atual crise migratória, mas que se estende ao plano local, também pela cidade de Bragança.

“A cultura do encontro experimenta-se aqui em Bragança com muita expressão da lusofonia e das muitas pessoas, histórias, línguas, fés e culturas do mundo atual, na contínua mobilidade humana, não se tratando apenas da causa dos migrantes”, sustentou D. José Cordeiro, que lembrou ainda os milhares de jovens que escolhem a região para prosseguir a sua formação.

“A presença de cerca de 3000 alunos do Instituto Politécnico de Bragança e muitos mais irmãos e irmãs que escolheram Bragança para estudar, trabalhar e viver é, por si mesmo, um desafio permanente para que seja um lugar de esperança e de luz”, completou.

Durante a solenidade da Senhora das Graças, D. José Cordeiro assinalou ainda “a memória dos 450 anos do início do mosteiro de Nossa Senhora da Conceição”, depois denominado “de Santa Clara”, a imagem da padroeira da cidade de Bragança e da Sé local é venerada há cerca de século e meio.

O programa deste dia de festa inclui ainda a tradicional procissão com os andores das Unidades Pastorais do concelho de Bragança, desde a Sé até ao Santuário da Senhora das Graças, situado na zona histórica desta cidade transmontana.

JCP

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