Bragança-Miranda: «Da indiferença à compaixão», reflexão na celebração da Paixão do Senhor

D. José Cordeiro explica que «bem nunca faz barulho, não confunde os meios com os fins»

Bragança, 25 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda na sua alocução de Sexta-feira Santa falou da “indiferença à compaixão” e começou por relembrar o que significa a “Misericórdia”, convidado a que se reaprenda a sua “gramática básica” presente nas 14 obras.

“O bem faz sempre bem e nunca faz barulho, não confunde os meios com os fins, porque sabe que o fim é a salvação na cruz ressuscitada e ressuscitadora de Cristo, que me leva a ver, olhos nos olhos, o Pai e os irmãos”, disse D. José Cordeiro.

Esta tarde, na catedral, explicou que pelo contrário “o mal faz sempre mal e faz barulho e até mata”, recordando a “situação dramática” dos atentados terroristas no aeroporto e no metro de Bruxelas, esta terça-feira.

Na reflexão enviada à Agência ECCLESIA, o prelado comentou que os meios absolutizados “destroem os fins e causam a morte, a vingança, o desespero” e questionou se os meios – carro, casa, dinheiro, autoridade, oração, tempo, dons, qualidades, capacidades – “são fins em si mesmos”.

Na celebração da Morte do Senhor, na catedral, o bispo de Bragança-Miranda assinalou que ao contemplar e adorar a cruz, sente-se que “a espiritualidade do Bom Samaritano é o caminho a seguir”.

“Não tenhamos medo do perdão, da misericórdia e da ternura de Deus. A Páscoa é a constante passagem das obras misericórdia à Misericórdia das obras. Coragem e confiança para continuarmos peregrinos na santidade”, desenvolveu.

D. José Cordeiro que relembrou as sete obras de misericórdia corporais e as sete espirituais, recordou que na catequese “todas as crianças aprendiam de cor” esse compêndio de solidariedade cristã que é “fruto da sabedoria milenar que propõe gestos muito simples para por em prática o tesouro da bondade divina”.

“Quantas vezes já nos dispusemos a isto? Dediquei mais tempo a Deus na oração, na contemplação, na lectio divina; aos outros na escuta, no voluntariado, na ajuda? Temos consciência que ao praticarmos estes gestos é ao próprio Cristo que o fazemos, ou seja, que das obras de misericórdia passamos à Misericórdia das Obras em Cristo?”, foram algumas das perguntas para reflexão do prelado.

No contexto da misericórdia, D. José Cordeiro começou a reflexão por destacar que em 2018 celebram o Jubileu da Santa Casa de Bragança, os 500 anos da sua criação.

CB

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Agência ECCLESIA

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