«Na Cruz, Jesus abraça o mundo inteiro» – D. Nuno Almeida
Bragança, 24 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda presidiu hoje à celebração de Ramos, sublinhando o simbolismo das celebrações da Semana Santa, no caminho para a Páscoa, o momento “essencial” do calendário católico.
“Temos de reconhecer que hoje é necessário agir com discernimento, para que não se troque o essencial pelo secundário. O que é central é a celebração do mistério pascal: a pessoa de Jesus Cristo, a prioridade da Vigília Pascal, a estreita ligação entre Quaresma-Semana Santa e as sete semanas do Tempo Pascal que se conclui com o Pentecostes”, referiu D. Nuno Almeida, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável preside, pela primeira vez, como bispo da diocese do nordeste transmontano, à celebração do Domingo de Ramos.
A Igreja Católica inicia hoje a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
“Na Cruz, Jesus abraça o mundo inteiro. E assim mostra-nos que o nosso Deus é verdadeiramente um Deus de braços abertos”, assinalou D. Nuno Almeida.
Se às procissões se dá mais importância do que à Vigília Pascal, se na Cruz não se contempla já o Ressuscitado, se a bênção dos Ramos, do fogo ou da água se destacam mais do que o resto da celebração, se a preparação do “folar” e da “visita pascal” valem mais do que a participação na Missa de Páscoa …, então será necessário tentar purificar e reorganizar estas manifestações que, sem lhes tirar o mérito, não podem abafar a riqueza do mistério pascal”.
O bispo de Bragança-Miranda falou da Semana Santa como um momento particular de peregrinação espiritual, para os católicos.
“Não desistamos de caminhar com Ele e de caminhar unidos. Não abandonemos a comunidade. Particularmente nesta Semana Santa e nesta Páscoa: caminhemos juntos com Jesus”, pediu.
A bênção dos ramos fez-se no interior da Catedral de Bragança, numa Eucaristia transmitida pela Rádio Renascença.
Na admonição inicial da celebração foi recordado que a renúncia quaresmal diocesana se destina, este ano, ao Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, dado que se registou um incêndio na sua casa de hospedaria.
OC
Vejo-te subir, Senhor,
no dorso de um jumento enquanto a multidão exulta de alegria e, bem alto, clama: «Bendito Aquele que vem…» Já o tinha dito Isabel quando estavas ainda no seio de Maria. Aquele grito ressoa, agora, jubiloso, num povo que diz que te ama. Estão todos presentes, Senhor: a adúltera, a ovelha perdida, o filho pródigo arrependido, o filho mais velho soberbo; estão presentes delinquentes, pecadores, crianças inocentes, choros de mulheres e pedidos de sábios e poderosos. Chegaste ao cimo do monte e espera-te a Cruz: o grito do homem apaga-se e a euforia deste instante desaparece de maneira fugaz! A Cruz, Senhor: a Cruz, única chave do nosso resgate, fogo de amor perene, que queima os pecados do mundo, Luz que resplandece também para mim, para nós! Ámen. D. Nuno Almeida |