Braga: Uma Igreja em saída para «ouvir a voz do mundo»

“Não basta sair para ouvir como cronistas”, solicitou D. Jorge Ortiga

Foto: Agência ECCLESIA

Braga, 18 Out 2021 (Ecclesia) – O Arcebispo de Braga disse, este domingo, na homilia da celebração de abertura da fase diocesana do Sínodo dos Bispos que a Igreja precisa “de sair para ouvir voz do mundo a partir de dentro”.

“Teremos de sair e não basta sair para ouvir como cronistas. Precisamos de sair para ouvir a voz do mundo a partir de dentro. Deixemos que ele fale e nos aponte as nossas incoerências e infidelidades”, disse D. Jorge Ortiga.

As dioceses portuguesas assinalam, a partir deste domingo, a fase inicial de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal convocado pelo Papa Francisco, que decorre até 2023.

“Devemos passar da passividade e obediência a um compromisso corresponsável no pensar e no agir. Não se trata de nada de novo. Talvez tenha estado adormecido”, frisou o Arcebispo de Braga.

A liberdade “é criativa mas ninguém pode fugir” a esta responsabilidade, acentuou D. Jorge Ortiga sobre este processo sinodal.

Com este processo, o Arcebispo de Braga gostaria que “muitos daqueles que não andam” pelos ambientes da Igreja, mas se “interessam minimamente por estas coisas, que não tivessem medo de fazer chegar as suas ideias”.

“Pessoalmente, gosto de quem pensa diferente, de quem incomoda na sinceridade e transparência. Sonho com a unidade, mas não monocórdica”, sublinhou.

A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco, que pediu a cada bispo que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, com uma cerimónia diocesana.

Esta atitude de “abrir as portas para que todos os pensamentos” possam entrar dando um contributo onde “a sinodalidade se expressa numa comunhão efetiva, numa participação responsável e numa missão diversificada não têm condicionantes”, disse D. Jorge Ortiga.

“Saiamos das nossas zonas de conforto. Já estamos cansados de ouvir as nossas vozes e as nossas apreciações. Escutemos e, sobretudo, inventemos maneira para que o façam”, conclui o Arcebispo de Braga

LFS

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Agência ECCLESIA

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