D. Jorge Ortiga celebra bodas de prata episcopais e passa em revista percurso ao serviço da Igreja
Lisboa, 03 jan 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, que hoje celebra 25 anos de ordenação episcopal, considera que o atual momento do país implica a colaboração de todos para promover maior igualdade e justiça.
“Temos dialogado [Igreja/Governo] com base na verdade. Como a situação social é muito grave, tenho defendido, constantemente, uma maior igualdade entre as pessoas. Ninguém pode desistir de construir uma sociedade mais justa”, refere D. Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, em entrevista ao primeiro número da edição digital do Semanário ECCLESIA.
Num olhar sobre o quarto de século que viveu como bispo, o prelado diz gostar mais do “contacto diário” com a população e de “participar nos problemas reais das pessoas, sejam sacerdotes ou leigos”.
“A atenção aos mais carenciados é um aspeto que não posso, de maneira nenhuma, esquecer, mas também tenho o meu trabalho de gabinete porque é fundamental refletir, estudar e pensar nas realidades concretas”, refere.
O antigo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) durante dois mandatos (2005-2011) fala de “diálogos francos e abertos” entre os bispos e sublinha, em particular, a visita de Bento XVI a Portugal (11-14 de maio de 2010), durante esse tempo.
“Se relermos os discursos de Bento XVI, verificamos que eles são programáticos. A Igreja portuguesa tem de entrar mais nas realidades humanas e terrestres. Os cristãos devem estar mais na economia, política”, defende.
O arcebispo de Braga, filho de agricultores, evoca uma infância em que se ocupava também com a ajuda à família, no campo: “Sei o que custa a vida e sei fazer as coisas”.
D. Jorge Ortiga diz que algumas pessoas o apresentam como “um vulcão” e admite que as ideias lhe surgem “com relativa facilidade”.
“Sou capaz de ver os acontecimentos, mas não os ver passivamente. Os acontecimentos provocam, imediatamente, uma resposta ou reação”, confessa.
D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu a 5 de março de 1944, na freguesia de Brufe, Concelho de Vila Nova de Famalicão (Diocese de Braga) e uma vez terminados os estudos, foi ordenado padre no dia 9 de julho de 1967, juntamente com 24 colegas, na igreja de Lousado (Famalicão).
Com 43 anos, o Papa João Paulo II nomeou-o bispo titular de Nova Bárbara e auxiliar de Braga, a 9 de novembro de 1987.
A 3 de janeiro de 1988, foi ordenado bispo pelo então arcebispo primaz de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, na cripta do Sameiro, escolhendo como lema episcopal a passagem do capítulo 17 do Evangelho segundo São João: ‘Ut unum sint’ (que sejam um).
Este momento vai ser evocado hoje, com uma assembleia geral do clero, às 15h00, e às 17h30, na Sé de Braga, com uma eucaristia de ação de graças.
LFS/OC