Na sessão, o teólogo português vai falar sobre os «principais problemas e perspetivas na situação atual da teologia»
Braga, 03 set 2022 (Ecclesia) – O teólogo João Manuel Duque recebe hoje o Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’ (2021), da Igreja Católica, que apresentando-o como “figura marcante da cultura portuguesa”, às 21h30 no Espaço Vita, em Braga.
Em declarações à Agência ECCLESIA, quando foi anunciada a distinção, a 22 de novembro de 2021, João Manuel Duque afirmou que faz uma “Teologia do quotidiano, das experiências, muito em diálogo com a filosofia”, que considera a leitura “argumentada, racionalizada da vida”.
“É a vida que eu vivo, como vive qualquer outra pessoa, e é essa, precisamente, que deve ser acolhida na reflexão teológica”, acrescenta.
O premiado destacou o papel da reflexão teológica na “procura comum do que pode tornar o humano melhor”.
“A Teologia não se pode retrair, não pode ter preconceito de inferioridade, como se não tivesse cidadania de contributo para o bem de todos, no sentido mais genérico do termo. A Teologia se for nessa perspetiva, o resto é repetir um conjunto de coisas que já foram ditas, estão escritas há muitos séculos”, precisou o teólogo.
A Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Igreja Católica em Portugal, anunciou a escolha da distinção a João Manuel Duque, com o Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’, na sua edição de 2021, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, no dia 22 de novembro de 2021.
O teólogo mostrou-se grato e admitiu “alguma surpresa” com a escolha do júri, vendo na mesma um reconhecimento da Teologia como “uma ponte com a vida cultural”, sublinhando o seu direito de “cidadania”.
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), José Carlos Seabra Pereira, informou que na entrega do prémio, esta quinta-feira, às 21h30 no Espaço Vita, da Arquidiocese de Braga, “ocasião de relevante presença da Igreja católica no campo cultural”, o professor João Carlos Loureiro, catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, vai analisar “o devir da obra do premiado e focará os aspetos mais relevantes do seu pensamento”.
Depois, o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, edição 2021, é entregue ao teólogo João Manuel Duque pelo presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. João Lavrador, e pelo comendador Ilídio Pinho.
Após este momento, João Manuel Duque, pró-reitor da Universidade Católica Portuguesa e presidente do seu Polo Regional de Braga, vai dissertar sobre os “principais problemas e perspetivas na situação atual da teologia”.
O premiado é doutor em Teologia Fundamental, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, na Faculdade Jesuíta de Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, com uma tese sobre a filosofia da arte de Hans-Georg Gadamer (1996); teologia, cultura, religião, antropologia, ecumenismo, estética, fé, filosofia, identidade e música são temas refletidos nos seus livros e artigos.
O Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, referente a 2021, é constituído por uma escultura desenhada por Alberto Carneiro e 2500 euros, com o patrocínio da Fundação Ilídio Pinho,
O júri foi presidido por D. João Lavrador e composto por Guilherme d’Oliveira Martins, José Carlos Seabra Pereira, o padre Júlio Trigueiros (jesuíta) e Maria Teresa Dias Furtado, que considerou João Manuel Duque como “um cruzador de fronteiras” entre a teologia e a filosofia, os saberes e a arte, especialmente a música, destacando ainda a sua “reiterada reflexão no campo”.
Instituído em 2005, o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes destaca a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo.
O SNPC recorda que edições anteriores o Prémio galardoou o poeta Fernando Echevarría, o cientista Luís Archer S. J., o cineasta Manoel de Oliveira, a classicista Maria Helena da Rocha Pereira, o político e intelectual Adriano Moreira, o trabalho de diálogo entre Evangelho e Cultura levado a cabo pela Diocese de Beja, o compositor Eurico Carrapatoso, o arquiteto Nuno Teotónio Pereira, o pedagogo Roberto Carneiro, o jornalista Francisco Sarsfield Cabral, a artista plástica Lourdes Castro, o professor de Medicina e Bioética Walter Osswald, o ator e encenador Luís Miguel Cintra, o ator Ruy de Carvalho, o historiador José Mattoso e o ensaísta Eduardo Lourenço.
OC/CB