Arcebispo de Braga, que completou esta sexta-feira 32 anos de bispo, pediu aos cristãos para trabalharem pela «dignidade e defesa» das pessoas
Braga, 04 jan 2020 (Ecclesia) – D. Jorge Ortiga disse que a Igreja “não se pode instalar na doutrina” ou na “defesa dos seus privilégios” devendo encontrar “novas maneiras de pensar e agir” para construir “um humanismo cristão”.
“A Igreja não pode instalar-se numa doutrina, numa pastoral, pura e simplesmente de defesa dos seus privilégios, mas tem que estar ao serviço e entrar dentro dessas novas mentalidades, dessas novas maneiras de pensar e agir para, a partir de dentro, dar o seu contributo para que a sociedade seja construída a partir de um humanismo integral, um humanismo cristão”, afirmou o arcebispo de Braga numa entrevista ao jornal Diário do Minho, por ocasião dos seus 32 anos de ordenação episcopal.
Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu a 5 de março de 1944, na freguesia de Brufe, concelho de Vila Nova de Famalicão; foi ordenado presbítero no dia 9 de julho de 1967, na igreja de Lousado, também em Famalicão, e, no dia 16 celebrou Missa Nova em Brufe, tendo sido esta a primeira Eucaristia concelebrada na circunscrição eclesiástica minhota, após a renovação litúrgica do Concílio Vaticano II.
O Papa João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Braga em 1987, tendo escolhido como lema ‘Ut Unum Sint’ (que todos sejam um); a ordenação episcopal aconteceu a 3 de janeiro de 1988, na Cripta do Sameiro, numa celebração presidida por D. Eurico Dias Nogueira, tendo sido nomeado arcebispo de Braga a 5 de junho de 1999, com 55 anos, tomando posse a 18 de julho, na Catedral arquidiocesana.
D. Jorge Ortiga defende uma Igreja “muito mais atenta à sociedade” e reflete num mundo “em transformação, marcado pelas novas tecnologias, pelos ritmos de vida acelerados, pelo imediatismo, pela imagem”.
“Esta ideia da mudança, da transição para modos de pensar e viver diferentes tem que preocupar a Igreja”, sublinha.
O responsável pede aos cristãos para trabalharem “muito pela dignidade e pela defesa da dignidade de toda a pessoa humana”, inspirados na Doutrina Social da Igreja.
No dia 5 de março de 2019, ao completar 75 anos de idade, D. Jorge Ortiga pediu a resignação ao Papa Francisco, estando a “aguardar tranquilamente” a decisão.
LS