Arcebispo primaz presidiu à Missa Crismal, pela primeira vez, na catedral minhota
Braga, 14 abr 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse hoje, na Missa Crismal a que presidiu pela primeira vez na Catedral diocesana, que os padres são desafiados a ser próximos de Deus e dos outros, com atenção às suas necessidades.
“A Liturgia celebra o mistério de Cristo, como o bom samaritano da Humanidade. A Eucaristia renova em nós o amor de Cristo e pede-nos que, como Ele, amemos até os nossos inimigos e que façamos nosso próximo até o mais afastado”, referiu D. José Cordeiro.
Numa homilia dedicada às “proximidades do padre”, o responsável destacou o desafio assumido pela Arquidiocese de Braga de “aprofundar a identidade e pertença a uma Igreja sinodal e samaritana”.
“A prática da proximidade humaniza a Humanidade e cuida as feridas: da fraternidade, das comunidades, da casa comum, das relações familiares, dos jovens, dos pobres e dos idosos”, indicou.
D. José Cordeiro citou o Papa Francisco para precisar que estas proximidades são quatro: “com Deus, com o Bispo, com o Presbitério e com o Povo santo de Deus”.
“Dai tempo às pessoas, não sejais como aqueles que estão sempre ao telefone e sempre inacessíveis. Não sejais apenas presbíteros, sede membros efetivos e afetivos do presbitério. Nunca realizeis a vocação e a missão pastoral sozinhos”, declarou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
O arcebispo de Braga pediu que os padres sejam “felizes e alegres na vida boa do Evangelho”.
“Não acumuleis riquezas pessoais e multiplicai o bem ao serviço de todos e em especial dos que mais precisam; não andeis tristes nem fomenteis a murmuração nem a intriga; sede próximos e amigos de todos, sobretudo dos jovens e dos pobres e das pessoas mais velhas e levai-lhes carinho e ternura na visita aos doentes e aos mais sós; não procureis o poder, o dinheiro, a fama”, recomendou.
O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade aludiu ainda à entrada em vigor da tradução em língua portuguesa da terceira edição do Missal Romano.
“Esta oportunidade de graça seja fonte de espiritualidade para melhor celebrar e viver a eucaristia. Para tal, dediquemos tempo, oração, estudo ao serviço dos santos mistérios”, apontou.
A intervenção concluiu-se com uma referência ao Seminário e à necessidade de orações pelo “florescimento de uma nova primavera vocacional na Igreja presente em terras bracarenses”.
Na manhã de Quinta-feira Santa, os padres das várias dioceses do mundo reúnem-se em volta dos seus bispos, para a celebração da chamada Missa Crismal, em que são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, utilizado na celebração de vários sacramentos.
OC