«Olhemos menos para os ecrãs, prestemos mais atenção uns aos outros», apela o organismo católico
Braga, 28 fev 2023 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga pede “sobriedade digital e discernimento tecnológico”, lembrando a “crise climática e ecológica”, na Quaresma.
“O que fazemos online pode, a muitos, parecer irrelevante, mas coisas tão rotineiras como o envio de um email, a colocação de um ‘gosto’ numa rede social, uma pesquisa num motor de busca ou o visionamento de um vídeo são ações poluentes”, lê-se na mensagem para a Quaresma enviada à Agência ECCLESIA, pelo Departamento Arquidiocesano da Comunicação Social.
A Comissão Justiça e Paz de Braga explica que o “somatório dos consumos digitais” de cada pessoa tem um “impacto ambiental significativo”, mesmo que não se tenha “cabal consciência” disso, e mesmo os comportamentos individuais adequados “não sejam suficientes para combater a crise climática, não são desprezíveis”.
“A sobriedade digital e o discernimento tecnológico oferecem benefícios variados, de natureza global e pessoal. A Quaresma proporciona uma boa oportunidade para, refletindo sobre o que têm sido as nossas prioridades de vida, olharmos para a nossa relação com a tecnologia”, desenvolve o texto.
‘Uma Quaresma com sobriedade digital e discernimento tecnológico’, é o título da mensagem quaresmal da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga, para o novo tempo litúrgico que começou a ser vivido na Quarta-feira de Cinzas, este ano a 22 de fevereiro.
A Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Braga lembra que “as tecnologias são instrumentos, não são finalidades” e afirma que “importa” dar prioridade aos “vínculos com as pessoas”.
“Impõe-se que o relacionamento pessoal presencial tenha a primazia sobre as relações virtuais. Os dispositivos tecnológicos não devem empobrecer as relações humanas, as quais não frutificam quando se acantonam tribalmente, privando-se assim da diversidade frutuosa que o encontro gratuito com o inesperado é capaz de oferecer”, desenvolve.
A mensagem para a Quaresma exemplifica que “um simples email não circula etereamente” e a ‘nuvem’ em que fica armazenado “é um dos muitos enormes blocos que são constantemente edificados para guardar os dados”, e que a parte “mais significativa da poluição” provocada pelos aparelhos com ecrãs – smartphones, computadores e televisores – é “expelida durante o processo de fabricação”, e também desencadeia ou agrava “conflitos armados”.
A Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que teve início com a celebração de imposição das Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 9 de abril).
CB/OC