Arcebispo primaz destaca «reconhecimento» da Santa Sé a uma obra que deverá afirmar-se como «livro aberto sobre a bondade de Jesus»
Braga, 04 jul 2015 (Ecclesia) – O Santuário do Bom Jesus de Braga vai ser elevado este domingo à categoria de “basílica menor”, durante uma celebração eucaristia com início previsto para as 11h00.
Num texto publicado numa das últimas edições do Semanário ECCLESIA, o arcebispo de Braga considera a elevação do Santuário do Bom Jesus a basílica menor, por parte da Santa Sé, um reconhecimento do papel deste local enquanto “exemplo” de ação litúrgica, espiritualidade e acolhimento.
“A nova basílica é, e deverá tornar-se ainda mais, um verdadeiro livro aberto, inteligível por todos bracarenses e turistas, sobre a bondade de Jesus, o Bom Jesus”, escreve D. Jorge Ortiga.
O título de basílica é concedido pela Santa Sé a algumas igrejas pela sua antiguidade ou por serem centros de devoção e de peregrinações.
Concluído em 1811, o Santuário do Bom Jesus de Braga é candidato a património da humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), através de um processo apresentado pela arquidiocese minhota.
Atualmente está a ser alvo de obras de limpeza e requalificação, e tem servido também de anfitrião a várias iniciativas, desde concertos a uma conferência internacional intitulada “Vozes e contributos para o Bom Jesus a património mundial”.
D. Jorge Ortiga destaca o “valorosíssimo” património artístico e ambiental do “Bom Jesus” que é “memorável e encantador”.
Do património edificado constam a basílica, 19 capelas, o escadório e fontes “da purificação dos sentidos” que o prelado considera museus “ao ar livre” na perspetiva do turismo religioso.
O arcebispo bracarense recorre também à nova encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum”, do Papa Francisco, para defender que o Bom Jesus pode ser um “espaço de referência, uma casa a ser cuidada e valorizada”.
“Queremos cuidar da mata do Bom Jesus, do lago e ainda criar um jardim bíblico. Queremos que a natureza fale da bondade de Cristo”, frisa o responsável católico.
Sobre a desejada elevação do santuário a património da humanidade, D. Jorge Ortiga frisou em conferência de imprensa com os jornalistas que não se trata "só de uma questão burocrática", está em causa um compromisso que deve ser assumido por toda a comunidade minhota.
"Ninguém pode eximir-se a identificar-se com a causa, desde as entidades estatais, camarárias, a todos os bracarenses", complementou.
O conjunto arquitetónico do Bom Jesus do Monte é considerado um ‘ex-líbris’ da cidade de Braga; em 1373 já existia uma ermida dedicada à Santa Cruz.
O atual templo que remata o escadório, com as Capelas e Passos da Paixão, foi concluído em setembro em 1811, substituindo um antigo templo barroco que vinha do tempo de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728).
O Bom Jesus viria a transformar-se num destino de romagens, no Minho e também no resto do país.
Para assinalar a elevação deste património a basílica, a Agência ECCLESIA dedicou um semanário especial a esta matéria, que destaca depoimentos de Varico Pereira, mesário da Confraria do Bom Jesus do Monte, do professor Eduardo Cordeiro Gonçalves, do Instituto Universitário da Maia, do arquiteto António Monteiro Esteves.
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