Arcebispo primaz assinalou 75.º aniversário em clima de festa, com representantes das comunidades católicas e autoridades civis e militares
Braga, 10 mar 2019 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Braga assinalou este sábado o 75.º aniversário do arcebispo primaz, numa Eucaristia de Ação de Graças pelo ministério episcopal de D. Jorge Ortiga.
“Tomei posse da Arquidiocese de Braga no dia 18 de julho de 1999. Nesse dia apontei, de modo claro, o objetivo que nortearia o episcopado: ‘permear a vida das nossas comunidades com este fermento da Palavra, da Boa Nova’. Estava convencido – e assim continuo – que apenas a Palavra de Deus tem a força para compor e recompor o tecido eclesial, humano e social”, declarou, na homilia da celebração a que presidiu.
A cerimónia contou com a presença de vários bispos e sacerdotes, de membros das comunidades católicas e representantes das autoridades civis e militares.
“Aceitei esta Eucaristia como uma oportunidade para dar graças a Deus pelo dom da vida e para rever, diante dele, o meu ministério sacerdotal e episcopal”, disse D. Jorge Ortiga.
O arcebispo apresentou a sua renúncia ao Papa após completar 75 anos de idade, esta terça-feira, seguindo as determinações do Direito Canónico.
Jorge Ferreira da Costa Ortiga nasceu a 5 de março de 1944, na freguesia de Brufe, concelho de Vila Nova de Famalicão; foi ordenado presbítero no dia 9 de julho de 1967, na igreja de Lousado, também em Famalicão, e, no dia 16 celebrou Missa Nova em Brufe, tendo sido esta a primeira Eucaristia concelebrada na circunscrição eclesiástica minhota, após a renovação litúrgica do Concílio Vaticano II.
O Papa João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Braga em 1987, tendo escolhido como lema ‘Ut Unum Sint’ (que todos sejam um); a ordenação episcopal aconteceu a 3 de janeiro de 1988, na Cripta do Sameiro, numa celebração presidida por D. Eurico Dias Nogueira.
D. Jorge Ortiga seria nomeado arcebispo de Braga a 5 de junho de 1999, com 55 anos, tomando posse a 18 de julho, na Catedral arquidiocesana; foi presidente da Conferência Episcopal Portuguesa entre 2005 e 2011.
Num olhar sobre as duas décadas de serviço episcopal, o arcebispo primaz recordou com “emoção” o Sínodo Arquidiocesano (1994-1997) em Braga, como a “experiência mais enriquecedora” da sua vida.
O responsável apelou à “unidade no presbitério”, com “insatisfação na pastoral” e “confiança nos leigos”.
OC
No dia da minha tomada de posse referia algumas situações candentes e que, hoje, reconheço serem igualmente urgentes: situações de desemprego e de trabalho precário, dificuldades no acesso à vida ativa, exploração, abandono e solidão de muitos idosos, marginalidade na juventude, demissão no exercício da corresponsabilidade e participação, corrupção e violência. Muitos outros dramas poderiam ser acrescentados. Pergunto-me se não será também importante cuidar da anemia espiritual. A Igreja precisa de uma alma.
D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, 09.03.2019 |