«Não podemos esperar por aquilo que virá a acontecer» – D. Jorge Ortiga
Braga, 17 abr 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou que é preciso “preparar cenários futuros”, observando que a Igreja não pode “esperar por aquilo que virá a acontecer” no contexto da pandemia.
“Não podemos esperar por aquilo que virá a acontecer. Quando poderemos abrir as igrejas para se voltar a celebrar? Quando poderemos ter catequese se as crianças já não irão às escolas? Como responderemos aos novos problemas sociais? Não sabemos ainda com exatidão, mas temos de preparar cenários futuros”, refletiu D. Jorge Ortiga, em reunião do Conselho Episcopal realizada por videoconferência.
Durante o encontro de quinta-feira, os sacerdotes refletiram sobre a sua área de atuação e soluções para ajudar as pessoas, famílias e paróquias.
“É tempo de nos esquecermos de nós próprios e das nossas importantes agendas, para nos lançarmos com novo vigor a servir o Povo de Deus, que é, verdadeiramente, a nossa gente a quem queremos bem, com todo o coração. Não nos percamos em miudezas internas e autorreferenciais”, disse D. Nuno Almeida, bispo auxiliar de Braga, no final da reunião, segundo informa o Departamento Arquidiocesano da Comunicação Social.
O responsável pela Comissão para a Pastoral Comunitária e Missionária, o padre Sérgio Torres, explicou a necessidade de um “Pentecostes digital” e apelou à continuação de “um caminho de Páscoa”, para além de outras sugestões, como a “tradução” dos livros “Semeadores de Esperança” em linguagem e gramática digital, no encontro onde falaram do Plano Pastoral para o próximo triénio e do Programa Pastoral em cada ano, centrado na Caridade e na Pastoral dos Jovens.
Neste contexto, o padre Manuel Morujão, responsável pelos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, realçou a necessidade de neste tempo todos serem capazes de “converter o virtual em virtuoso”, aproveitando os recursos digitais para uma comunicação “fraterna” e capaz de realizar o “Pentecostes digital”.
Segundo o cónego Roberto Mariz, que representou a Comissão para o Desenvolvimento Humano Integral, estão a viver este momento de pandemia em sobressalto, sobretudo pelas IPSS com valências da infância e de idosos, mas tem sido possível acompanhar e ajudar os utentes; o Departamento Sócio-Caritativo continua a distribuir alimentos, a dar ajuda para medicamentos, ou refeições, e os pedidos à Cáritas têm aumentado.
O responsável pela Comissão das Vocações disse que os pré-seminaristas continuam a ser acompanhados por correspondência e mensagens e e-mails, sendo que os encontros de abril e maio vão ser realizados pelo Skype; em junho os responsáveis pela equipa do Pré-Seminário vão ter encontros com cada pré-seminarista e os seus pais.
O cónego Vítor Novais explicou também que desde a declaração do Estado de Emergência todos os seminaristas estão em casa, em contacto permanente com os formadores, e as aulas decorrem online e as atividades complementares deverão ser retomadas neste formato.
CB/OC