D. Jorge Ortiga envia carta aos sacerdotes, diante da pandemia de Covid-19
Braga, 01 abr 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga publicou uma carta aos sacerdotes, com indicações para a celebração da Páscoa e reforço da proximidade a quem sofre com a pandemia de Covid-19.
“Para exteriorizar estes momentos de fé, peço às famílias que na noite de Sábado para Domingo coloquem na janela uma ou mais velas. Recordar-nos-ão o batismo e convidar-nos-ão a ser luz no mundo. Durante o Domingo de Páscoa, os sinos devem tocar festivamente”, indica D. Jorge Ortiga.
“A criatividade pastoral pode e deve ser usada para inventar outros sinais que manifestem a alegria pascal, nomeadamente um almoço festivo, com muitas ou poucas coisas, antecedido de um momento de oração”, acrescenta.
O responsável católico indica aos membros do clero que, num momento de crise, nunca se podem “afastar de um povo que vive momentos dramáticos”.
“A nossa vida é sempre para eles. Revestimo-nos de todos os cuidados e somos escrupulosos no cumprimento de todas as orientações civis”, aponta.
D. Jorge Ortiga sugere que cada padre escreve às famílias da sua paróquia, “explicando a Páscoa como passagem do temor à serenidade, do medo à esperança”, para que este momento possa “ser o verdadeiro ‘compasso’ ou visita pascal a mostrar a força da fé”.
Celebramos sozinhos, sem a presença física das pessoas, mas encontramos outros gestos gratuitos que aproximam, identificam e unificam as nossas vidas. Há mensagens, contactos telefónicos, saudações pela internet. Tudo deve seguir o que a fantasia da caridade sugere”.
O arcebispo primaz recorda que os sacerdotes estão autorizados a celebrar a Missa, “sempre sem povo e nas condições que a máxima segurança da saúde pública o exija”.
“As concelebrações apenas devem existir no caso das comunidades sacerdotais, isto é, em situações onde vivem na mesma casa e estejam em período de recolhimento ou quarentena”, acrescenta.
Para o Domingo de Ramos, D. Jorge Ortiga convida a uma vivência centrada na “alegria interior”, face à ausência dos habituais sinais exteriores.
A Missa Crismal, celebrada habitualmente na manhã de Quinta-feira Santa, deverá acontecer este ano no dia 19 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Jornada de Santificação do Clero.
Para Missa da Ceia do Senhor, na tarde de Quinta-feira Santa, o arcebispo propõe “um gesto que manifeste a alegria do serviço familiar recíproco”, como alternativa ao tradicional lava-pés.
Quanto à Sexta-feira Santa, a carta determina a adoração de “uma única cruz, exposta em lugar digno, em silêncio” e sem a beijar.
“Vivamos intensamente estes momentos, tendo no coração todo o Povo de Deus, e celebremos com o esplendor espiritual possível”, assinala D. Jorge Ortiga, a respeito da Páscoa.
OC
Celebrações transmitidas pela Arquidiocese de Braga, desde a Catedral
Domingo de Ramos 11h30. Quinta-feira Santa 16h00. Sexta-feira Santa 15h00. Vigília Pascal 21h00. Domingo de Páscoa 11h30. Para além das celebrações do arcebispo, que serão transmitidas pela internet, poderão ser realizadas outras nas igrejas paroquiais e capelas das comunidades onde seja possível. Porque sem povo, importa colocar espírito e, para isso, deixo alguns pensamentos. (D. Jorge Ortiga) |