Braga: Arcebispo critica tentativas de legalizar eutanásia e contesta «cultura de morte»

D. Jorge Ortiga apela ainda ao respeito pelas tradições religiosas

Braga, 30 mar 2018 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga alertou hoje para o “drama da eutanásia” e criticou as tentativas de a legalizar em Portugal.

“Aparentemente trata-se de um ato de compaixão. Mas se olharmos para os países onde este ato é praticado, descobriremos uma verdade oculta. A eutanásia é também praticada em doentes mentais, assim como em pacientes que sofrem depressão ou ansiedade. Fará sentido? Quais os limites para a eutanásia?”, questionou, na homilia da celebração de Sexta-feira Santa, que evoca a morte de Jesus.

Na intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, D. Jorge Ortiga destacou o significado da Cruz, motivo de “escândalo” e de divisão entre quem procura o caminho da ressurreição e quem não o faz.

“Que as chagas abertas de Cristo, no dia em que fazemos memória da sua morte, toque o coração dos intervenientes políticos, das instituições sociais e de saúde, bem como das comunidades cristãs, e nos ajude a sermos sinais de esperança numa cultura dominada pela morte”, desejou.

O arcebispo primaz convidou a rejeitar o “muro da indiferença generalizada” e a ver na vida “um valor inegociável”.

“Basta que nos recordemos das mortes decorrentes das Guerras Mundiais, das ideologias autoritárias, das perseguições. Também Jesus foi uma vítima inocente da política e da religião. Qual é o preço de uma vida?”, interpelou.

O responsável apontou o dedo ao que considerou “imaturidade democrática”, que leva a não respeitar tradições religiosas.

“Não é por acaso que determinadas ideologias políticas, sob a capa de uma aparente inclusão, ordenaram a retirada dos crucifixos das escolas e edifícios públicos. Persiste a incapacidade de distinguir entre a saudável laicidade do Estado e a perversa ideologia do laicismo”, observou.

Após a celebração decorre a ‘Procissão Teofórica do Enterro’, um costume trazido de Jerusalém pelo Convento de Vilar de Frades, no séc. XV ou XVI: o Santíssimo Sacramento, encerrado num esquife coberto de um manto preto, é levado pelas naves da Catedral e deposto em lugar próprio para a veneração dos fiéis.

OC

Homilia do arcebispo de Braga na celebração da Morte do Senhor

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