Bolívia: Igreja preocupada com ataques de Evo Morales ao Cardeal Terrazas

Os bispos da Bolívia manifestaram a sua “profunda preocupação” perante os ataques do presidente Evo Morales ao Cardeal Julio Terrazas. Evo Morales acusou o arcebispo de Santa Cruz de la Sierra de ter participado da redacção do projecto de nova Constituição que a Bolívia votará este Domingo, texto que o próprio cardeal e os bispos criticaram em alguns pontos importantes. As declarações do presidente são consequência da publicação de um documento da Conferência Episcopal da Bolívia (CEB) onde pede um voto “consciente, livre e responsável”, e analisa tanto aspectos negativos como positivos da proposta constitucional. A Igreja Católica foi a única que sublinhou elementos negativos do texto que abre as portas ao aborto e ao casamento homossexual, uma posição assumida também pelas Igrejas Evangélicas Unidas (IEU). A CEB emitiu um novo comunicado onde expressa “preocupação pelos persistentes ataques e desqualificações que a primeira autoridade do país realiza contra a pessoa do nosso Cardeal Julio Terrazas”. “São alusões e insultos que não condizem com sua posição e que tentam menosprezar a autoridade moral do representante da Igreja Católica”, pode ler-se no comunicado que recorda que “a participação da Igreja Católica ao longo do processo constitucional foi sempre de conhecimento público, através de documentos, reflexões e exortações oportunas”. “Precisamente no último documento, são assinalados 10 aspectos positivos do texto constitucional que as autoridades de governo não levam em conta na hora de questionar”. A Conferência Episcopal assinala que “enquanto a Igreja Católica contribui com análises serenas, objectivas e respeitosas para um clima eleitoral pacífico, crítico e responsável, algumas autoridades de governo apelam ao insulto e à desqualificação”. Os bispos reiteram o dever de cidadania, “com voto consciente, livre e responsável” e reafirmam a “proximidade e solidariedade com o presidente da Conferência Episcopal Boliviana”. “”Esperamos da parte das autoridades de governo um tratamento justo e respeitoso”. Redacção/Rádio Vaticano

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