A visita de Bento XVI a Portugal e um documento sobre Eutanásia e o Testamento Vital estiveram no centro das reflexões dos bispos portugueses, reunidos em Assembleia Plenária, em Fátima, de 9 a 12 deste mês.
«Proteger a vida até ao fim» é o título do documento. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Manuel Morujão, Secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), realça que a “expressão «Ajudar a morrer» é equívoca” porque “deve-se é ajudar a viver até à morte”. E acrescenta: “os cuidados paliativos e o acompanhamento amigo são a justa solução para a eutanásia”.
Legalizar a eutanásia – segundo o secretário da CEP – “é pôr como que uma espada de Dâmocles sobre quem está nessas situações terminais”. E completa: “Se está legalizada eu posso sentir-me um estorvo ou um peso para a família, visto que há uma coação psicológica”. Esta legalização não é “inócua, mas tem consequências” – disse.
Para o porta-voz da CEP, a eutanásia “pode parecer um acto de liberdade, mas, ao fim e ao cabo, trata-se da supressão da própria liberdade”, realçando que “por motivos antropológicos e ainda mais por motivos de fé não se pode aceitar a eutanásia”.
A nota pastoral sobre a eutanásia e o testamento vital pretende ser um contributo para a reflexão ética sobre a morte, que “muitas vezes se procura esconder, mas é uma realidade inevitável”, do qual se deve falar pedagogicamente e com serenidade – acrescentou o secretário.
A preparação da visita de Bento XVI ao nosso país também esteve em destaque nos primeiros dias da Assembleia Plenária. Para que a visita seja “um tempo de revigoramento da fé, compromisso com a caridade e a justiça”, o Pe. Manuel Morujão refere que “devemos colocar em prática as mensagens que o Papa nos deixará”.
O esboço do programa da visita papal está feito, mas falta a confirmação do Vaticano. Bento XVI chegará “uns dias antes de 13 de Maio e partirá pouco depois desse dia”. E avança: “é o nosso desejo”. Em relação às localidades a visitar, o Pe. Manuel Morujão disse que Lisboa – como capital do País – receberá Bento XVI. “É aí que está o Presidente da República e o Primeiro-Ministro” – declarou.
O Santuário de Fátima receberá Bento XVI para as “celebrações do dia 12 à noite e dia 13 de Maio” e “talvez algum encontro com os bispos portugueses”. O secretário da CEP revelou que “há o desejo expresso para que Bento XVI vá à cidade do Porto”.
O Pe. Manuel Morujão anunciou também que foi nomeada uma comissão da visita do Papa ao Portugal, que tem como coordenador geral o bispo auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo. O Pe. Carlos Cabecinhas, da diocese de Leiria-Fátima, será o responsável pelas celebrações litúrgicas e o Pe. Manuel Morujão será o responsável pela Comunicação Social.