Os Bispos católicos da Florida, nos EUA, reiteraram a sua condenação da decisão judicial que permitirá retirar a alimentação e hidratação a Terri Schindler Schiavo. O tribunal marcou como data limite para a retirada do tubo o dia 18 de Março. “Não sendo já capaz de falar em sua própria defesa, Terri Schiavo é um ser humano indefeso com uma dignidade inerente, que merece o nosso respeito, cuidado e preocupação”, referem os prelados. Terri Schiavo sofreu, em 1990, um enfarte, que a deixou num Estado Vegetativo Persistente. Enquanto o marido pretende que o tubo que a alimenta e permite continuar a viver seja retirado, os pais de Terri lutam desde o início para manter a filha viva. Num documento conjunto, os oito Bispos da Florida pedem que a mulher “receba todos os tratamentos e cuidados que lhe sejam benéficos”. Os prelados lembram que persistem as dúvidas a respeito do prognóstico de Terri Schiavo e do que seria a sua vontade a respeito deste período da sua vida. A discussão sobre esta matéria, no nosso país, foi relançada pelo parecer aprovado pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) sobre o estado vegetativo persistente (EVP), no qual se admite a suspensão dos tratamentos de suporte básico de vida a pessoas em EVP. O documento deixa claro que “toda a decisão sobre o início ou a suspensão de cuidados básicos da pessoa em Estado Vegetativo Persistente deve respeitar a vontade do próprio”. Essa vontade “pode ser expressa ou presumida ou manifestada por pessoa de confiança previamente designada”. Daniel Serrão, membro do CNECV e da Academia Pontifícia para a Vida (organismo da Santa Sé), explicou à Agência ECCLESIA que não estamos em presença de uma forma velada de permitir a eutanásia no nosso país. “A eutanásia é a morte intencional de uma pessoa a seu pedido, quer dizer, há um pedido para ser morta por outra pessoa, que o acolhe e executa com um acto intencional”, descreve. O nº 2 do parecer do CNECV salvaguarda que “a pessoa em Estado Vegetativo Persistente tem direito a cuidados básicos, que incluem a alimentação e hidratação artificiais”.