Bispo lamenta “pouca aplicação” de fundos comunitários na área da Diocese da Guarda

O bispo da Guarda afirmou hoje que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) tenha “pouca aplicação” na área da Diocese, situação que lamenta por reconhecer que existem apoios para a dinamização de projectos de desenvolvimento. Para D. Manuel da Rocha Felício “ou não há técnicos preparados para irem buscar as disponibilidades do QREN ou não há vontade de o fazer funcionar” na região. O prelado diocesano disse à agência Lusa que na área da Diocese existem aldeias “com um património tradicional invejável” ao nível da construção das habitações, cuja recuperação podia ser apoiada por verbas comunitárias. No entanto, referiu que conta “pelos dedos de uma mão” os investimentos relacionados com a recuperação deste tipo de património “que até culturalmente era desejável e seria, certamente, uma alavanca de desenvolvimento de muitas terras”. Considerou que “se essas casas, de boa traça, estivessem requalificadas eram usadas” e podiam atrair visitantes até às regiões do interior. “Se tivéssemos alguma gestão e algum ordenamento destas potencialidades e canalizássemos verbas que estão presentes no QREN, podíamos dar um futuro a muitas aldeias, que não envergonhasse ninguém, nem o Governo nem os cidadãos”, afirmou. A Diocese abrange o distrito da Guarda quase na totalidade, parte do de Castelo Branco e uma freguesia do distrito de Coimbra, numa área de 6.759 km2 e uma população estimada em 250 mil habitantes. O bispo da Guarda que se mostra preocupado com a desertificação das aldeias da região, também não esconde inquietações ao nível do desemprego. “Por um lado é o encerramento de empresas e, por outro, também me custa ver que a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda não ande”, disse referindo-se ao projecto dinamizado pela Câmara local. D. Manuel da Rocha Felício defendeu que “via com bons olhos que houvesse uma discussão pública sobre a orientação a dar a um investimento destes e que se visse aquilo que se há-de fazer” com vista à sua dinamização e à captação de empresas. O bispo também se mostra preocupado com o encerramento de empresas e com a diminuição da laboração, sobretudo em unidades de fabrico de cablagens e componentes para a indústria automóvel. A Diocese está atenta à situação, adiantando que deu instruções para que em cada paróquia seja feito o levantamento “das situações de pobreza existentes ou que se venham a revelar” para que seja dada uma resposta atempada a cada caso. Redacção/Lusa

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