Bispo do Funchal visitou estabelecimento prisional

D. António Carrilho disse ontem que gostaria que as pessoas entendessem que «a Fé vive-se em todas as circunstâncias: na alegria e na tristeza, nos sofrimentos, nas dificuldades e também nos sucessos». A declaração foi prestada aquando da visita de D. António Carrilho ao Estabelecimento Prisional do Funchal, no âmbito da quadra pascal. Justificando a visita aos reclusos, D. António Carrilho disse pensar que «a presença do Bispo e a presença do capelão no estabelecimento prisional poderão ser uma ajuda para consciencializar a própria responsabilidade e criar um sentido e, eventualmente, um desejo de mudança». «Será sempre assim? Não será? É muito difícil de dizer, mas não o excluo e por isso mesmo, condenando tudo aquilo que é de condenar, não deixo de respeitar» essas pessoas, acrescentou. Mesmo admitindo que aqueles que têm Fé possam ter comportamentos que não são correctos e que acarretam situações como a da prisão, o Bispo do Funchal disse pensar que «a consciência tem de calar fundo na vida das pessoas e quando a pessoa tem fé e alguma vez teve princípios de ordem religiosa, mais facilmente isso acontecerá». No âmbito da visita aos reclusos do Estabelecimento Prisional do Funchal, D. António Carrilho disse que iria fazer um apelo à consciência, convicções mais profundas e ensinamentos recebidos noutros tempos por essas pessoas. Manifestando a esperança de que a sua presença ajudasse aqueles que ali estavam retidos «a repensar a sua vida e a repor valores», o Bispo do Funchal defendeu que «o bom seria que, depois de passarem pelas situações difíceis, aqueles que sofrem consigam reencontrar o caminho da vida, do respeito, da entreajuda, da justiça e o sentido da responsabilidade». «Penso que a consciência tem de calar fundo na vida das pessoas e quando a pessoa tem fé e alguma vez teve princípios de ordem religiosa, mais facilmente isso acontecerá», disse o Bispo. Na sua opinião, o ideal seria, «que a fé entrasse na vida de todas as pessoas em todas as suas dimensões e não só quando há dificuldades e sofrimento». Quanto à mensagem pascal, D. António Carrilho apelou àqueles que sofrem a porem os olhos no sofrimento e na morte de Cristo, que agora celebramos, e a pensar de que forma poderemos todos beneficiar «da dádiva que Ele fez de si mesmo e do projecto e do ideal que Ele próprio enunciou, que é de respeito, de fraternidade, de justiça, de entreajuda». A finalizar, o Bispo disse que a sua visita aos reclusos não teve apenas um cariz religioso. «É uma questão muito humana. A Igreja procura ser uma presença muito humana, procura compreender, sem desculpar no sentido de dizer que não houve responsabilidade. Não! É ajudar a assumir as próprias responsabilidades».

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