Em solenidade de Nossa Senhora do Carmo, D. António Carrilho agradece a presença dos sacerdotes carmelitas
“Abandonar o verdadeiro Deus, ou simplesmente ignorá-l’O, é uma tentação de todos os tempos e de todas as épocas, como na actual sociedade secularizada. A tentação da idolatria do dinheiro, do poder e do prestígio, do egoísmo e do prazer, conduz muitas vezes ao esquecimento do próprio Deus e cria no coração humano situações de angústia e sem horizontes de felicidade”, alertou ontem D. António Carrilho na homilia da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo.
O Bispo do Funchal presidiu na igreja dos Carmelitas a uma concebração eucarística, em que participaram centenas de fiéis, membros da Ordem do Carmelo Secular e vários sacerdotes (padres Manuel Dias. Jorge Vaz, Cecílio e João Matias; e os cónegos Carlos Duarte Nunes e Vítor Gomes). A animação litúrgica esteve a cargo do Coro do Gabinete Coordenador de Educação Artística, dirigido por Zélia Gomes.
“Um rico património espiritual”
Com base na interpretação dos textos litúrgicos relativos à Solenidade da Senhora do Carmo, D. António apontou também para a necessidade de acolher Maria em todos os momentos da vida. “Receber Maria na nossa casa é deixá-la entrar no nosso coração e na nossa vida, na família, na escola e na sociedade em geral. É também aprender na escola de Maria a verdadeira Sabedoria, os valores evangélicos, encarnados em gestos concretos de amor, perdão, disponibilidade e serviço generoso aos outros. Com Maria-Mãe em nossa casa, sentimo-nos sempre seguros e amparados, em todos os momentos, especialmente nas dificuldades da vida”. sublinhou.
Na sua mensagem, reflectiu ainda sobre a “espiritualidade carmelita” que constitui “um rico património”para toda a Igreja. “Na Ordem do Carmo floresceram, ao longo dos séculos, grandes santos e santas, também da Ordem Terceira, que enriqueceram a Igreja com um rico património espiritual teológico-místico, como por exemplo, Santa Teresa de Ávila, S. João da Cruz, reformadores do Carmelo e doutores da Igreja, Santa Teresinha do Menino Jesus, tão conhecida e amada na nossa terra, e tantos outros. Ainda hoje, o seu testemunho vivencial mantém um grande fascínio e actualidade pela beleza e frescura da sua mensagem mística.”
Neste contexto, o Bispo do Funchal manifestou também o seu apreço pela presença dos Carmelitas na nossa Diocese. “Todos beneficiamos desta rica espiritualidade, com a presença dos Sacerdotes Carmelitas, aqui nesta igreja, no centro da cidade, onde tantas pessoas se encontram com Maria, a Mãe do Carmelo, sinal de consolação e de esperança, e caminho seguro que conduz a Deus. Como Bispo do Funchal, agradeço-lhes a presença, o testemunho e a actividade pastoral que desenvolvem na nossa Diocese”, referiu.
No final da celebração, realizou-se a tradicional procissão com o andor da Senhora do Carmo por algumas ruas da cidade.