Bispo de Vila Real mostra vertente poética

Sempre cultivou a vertente poética mas no ano das suas bodas de prata episcopais, D. Joaquim Gonçalves mostrou esta faceta com a oratória «Travessia». Um texto marcadamente épico e musicado pelo Pe. Joaquim dos Santos. “Já fiz várias letras: o hino da diocese, hino do seminário (musicado pelo Pe. Cartageno) e o hino da beatificação de Bartolomeu dos Mártires” – disse à Agência ECCLESIA D. Joaquim Gonçalves. Para além disso “tenho alguns textos poéticos guardado em arquivo”. Nas horas vagas ou então nos dias de férias, o prelado de Vila Real arranja sempre “um pretexto para escrever”. Em relação à «Oratória» – género musical para solistas, coro e orquestra, normalmente de carácter religioso – D. Joaquim Gonçalves salienta que é um “texto longo – com quatro quadros – que foram musicados e dão dois concertos de uma hora cada um. Foi escrito na altura das bodas de diamante da diocese, em 1997”. Segundo refere no Jornal «Diário do Minho» A. Costa Gomes “não tenho conhecimento de nenhuma oratória genuinamente portuguesa. A primeira aconteceu neste início do século XXI, com libreto de D. Joaquim Gonçalves e música de Joaquim Santos”. E acrescenta: “A Oratória mais conhecida em todo o mundo é o «Messias» de Handel”. Quando a escreveu não existiam condições para a sua execução. Agora nas suas bodas de Prata Episcopais e nas Bodas de Diamante do Seminário diocesano “achei oportuno a sua execução”. A estreia foi no passado mês de Maio, no Teatro de Vila Real, agora anda a percorrer alguns dos concelhos daquela diocese transmontana. As Câmaras Municipais custeiam as despesas quando o concerto é feito no respectivo concelho e “proporcionam ao povo uma obra cultural com alguma qualidade”. O texto sublinha – em poucas palavras – “a dinâmica cultural e económica dos concelhos. Junta-se a história e a sociologia. A diocese é isto: uma comunidade que na diversidade caminha unida com o pastor” – disse o bispo de Vila Real. Baseada no livro do Êxodo e aplicada em analogia ao Povo e às Terras de Trás-os-Montes e Alto Douro existe também uma “segunda leitura obliqua que é a sociedade actual com esta cultura da pós-modernidade que levanta problemas. Está lá tudo referido” – realça. Até ao momento o texto ainda não foi publicado mas, “lá para o mês de Outubro saia em livro” – confessou. Em relação aos textos guardados na gaveta, D. Joaquim Gonçalves afirma que são “coisas muito particulares e não está muito na tradição os bispos andarem a fazer versos”. E solta a expressão: “alguns ficarão para as memórias”. Nascido naquelas terras de Trás-os-Montes (S. Martinho da Anta – Sabrosa), Miguel Torga também cultivou a sua veia poética com saborosos textos saídos da sua pena. “Eu conhecia o Torga desde o tempo dos seminários de Braga e nos texto de pastoral coloquei expressões dele”. Será que foi influenciado por aquele escritor transmontano? “Miguel Torga coloca a simbólica cristã com sinais da terra, eu coloco os sinais da terra como ícones da transcendência” – responde. Notícias relacionadas • Bispo de Vila Real chega aos palcos da cidade • Em ano de prata, bispo de Vila Real recebe ouro

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