Bispo de Les Cayes agradece ajuda oferecida ao Haiti

D. Guy Poulard responde a quem fala do sismo como um castigo divino e apela à esperança

O Bispo de Les Cayes, no Haiti, publicou uma mensagem na qual agradece a ajuda que tem sido oferecida ao país e lamenta que haja quem veja no terramoto do passado dia 12 uma “maldição de Deus”.

D. Guy Poulard diz que “face a esta desolação, diversas questões são possíveis” enquanto crentes. “Vivendo segundo as reflexões do Antigo Testamento, poderíamos reconhecer que pagamos pelas nossas faltas, mas nós não somos desse tempo”, assinala, acrescentando que “Deus não existe para nos torturar”.

O prelado sublinha que a natureza tem as suas leis e que os seres humanos apenas podem “limitar a sua manifestação na gestão respeitosa do direito à vida segundo as nossas relações com o ambiente”.

O Bispo e todo o presbitério da Diocese, que assinam a missiva, referem que o terramoto “fez-nos sentir uma necessidade urgente de nos solidarizarmos”.

“Muitas pessoas morreram. Várias casas foram destruídas e também edifícios públicos e eclesiais. Mas nós estamos aqui e mantemos viva a luz da esperança, esperança que precisa dos haitianos, do seu compromisso, da sua vontade de recomeçar e reconstruir”, indicam.

Os signatários agradecem aos países, ONG’s e organizações católicas que estão a ajudar o Haiti, neste momento: “Saudamos os esforços individuais e particulares do Estado e da comunidade internacional, a dedicação dos trabalhadores sanitários, as organizações não-governamentais, os organismos da Igreja Católica – Cáritas, “Catholic Relief Service”, Sociedade de São Vicente de Paulo, Projecto “Espoir Sud” – e dos cultos reformados, que não se pouparam a esforços para socorrer as vítimas”.

“Os nossos governantes e a comunidade internacional, que nos querem ajudar na reconstrução do país, devem considerar o problema da descentralização para criar, em cada estado, estruturas e infra-estruturas necessárias para melhorar a qualidade de vida das pessoas, como trabalho, escolas, estradas, entre outras necessidades”, conclui a mensagem.

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