O mês de Maio está dedicado quase totalmente à continuação das visitas pastorais às paróquias do arciprestado de Cuba, concretamente às 13 comunidades confiadas aos Padres José Manuel, Daniel e Rui Carriço. É uma zona plana, com muita agricultura, sobretudo olivais, vinhas, trigais e pecuária. Nesta época do ano os campos estão floridos, parecendo um jardim, em que predominam as cores amarela, rocha e branca, o que ameniza a intensidade dos compromissos da visita às instituições autárquicas, sociais, culturais e desportivas, ao património, aos doentes, etc. Com a população de Mombeja No dia 2 de Maio a visita começou por Mombeja, um povoação situada numa colina no meio dos campos, entre Beringel e Santa Vitória. Com 445 habitantes, a escola do primeiro ciclo tem apenas 9 crianças, sendo 4 de etnia cigana. A pré-primária é frequentada por 4 crianças. É uma das escolas do rol das que estão para fechar, embora ainda reine muita confusão e incerteza quanto a isso. Logo de manhã era aguardado por um bom grupo de pessoas na igreja, pelo Pe. José Manuel e pelo presidente da Junta. Após breve oração e saudação aos presentes, comecei a visita a esta aldeia tranquila, acompanhado do pároco e do presidente da Junta, vendo a casa mortuária, com duas salas amplas e espaços de higiene. Passei depois pela sede da Junta, do Clube Desportivo e da Associação de Solidariedade, onde funciona um bar e uma cozinha de apoio domiciliário, com uma vertente de inserção de pessoas na vida activa. Também estão sediados aí dois coros de cante alentejano. Passámos também pelo campo de futebol e seus anexos. Voltámos junto da igreja, para daí partir com muito povo em romagem ao cemitério. Depois de cantarmos um salmo e afirmarmos a nossa fé na ressurreição e na vida eterna, visitámos a velha capela do cemitério, dedicada a Santa Susana, padroeira da terra e voltámos à aldeia, onde almoçámos na companhia dos membros da Junta, de representantes das várias Associações e da Comissão Fabriqueira, com os dois padres encarregados desta zona pastoral. A seguir ao almoço ainda fomos à escola e fomos confrontados com as mágoas e dúvidas acerca do seu futuro. Nas dependências da igreja reunimos com os membros da Comissão Fabriqueira, vimos o livro de contas e muitas das alfaias litúrgicas, algumas trabalho manual de senhoras habilidosas. No dia 7, dia do Bom Pastor e dia da Mãe, voltei a Mombeja, para celebrar a missa dominical e administrar os sacramentos da iniciação cristã a duas crianças em idade de catequese, fazendo outras a festa do Pai Nosso e da Ave Maria. Em Beringel O final do dia 2 e o dia 3 de Maio foram dedicados a Beringel. Passando pelo quartel da GNR, que está para mudar para um novo edifício, começámos por visitar vários doentes e idosos, acompanhados do casal Matos, que aos domingos levam a comunhão aos doentes. O primeiro dia terminou na igreja em reunião com todos os colaboradores da paróquia: Comissão Fabriqueira, Catequistas, Chefes do Agrupamento de Escuteiros, Cantores, Zeladores da igreja. Dialogámos sobre a missão da Igreja e os diferentes serviços numa comunidade paroquial, para que ela seja sinal da vontade salvífica de Deus para toda a humanidade. Com 1.525 habitantes, Beringel, a 11 km de Beja, foi um dos coutados de Alcobaça no Alentejo. Tem um rico património, móvel e imóvel, sendo a igreja matriz uma jóia de arte, sobretudo o seu interior. No dia 3, após breve visita à Junta de freguesia, onde o Presidente nos explicou os vários projectos de melhoramentos em curso, deslocámo-nos ao santuário de Nossa Senhora da Conceição, no ponto mais alto da povoação, ao lado do cemitério. Aqui estão a decorrer obras de profunda remodelação. Ao lado vão ser construídas casas mortuárias, em frente a um casebre da paróquia, habitado por famílias pobres. Seguidamente visitámos o Infantário e a Creche da Associação Seara Nova, com 34 crianças na creche e 35 no Infantário e Pré-primária. Passámos pelo Centro de Saúde e pelo Apoio Domiciliário, que funcionam na Casa do Povo, com amplas instalações. A Instituição de Solidariedade Social serve 13 utentes de várias aldeias do concelho de Beja, chegando até Albernoa. A sua cozinha serve também as refeições do Externato António Sérgio, que nesse dia me ofereceu o almoço. Era também dia de aniversário do Director Pedagógico. Por isso a refeição terminou com um grande bolo, que foi repartido no centro do pátio polidesportivo por cerca de 150 alunos, professores e funcionários. Após visita às instalações do Externato, frequentado por cerca de 350 alunos da região, do 2º e 3º ciclos, fomos ainda visitar as duas escolas do 1º ciclo, uma com 23 alunos do 3º e 4º anos e outra também com 23 do 1º e 2º anos. Com a igreja cheia de fiéis, celebrei a Eucaristia na matriz e voltei ao Externato para presidir a uma celebração da Palavra com os alunos do 5º ao 7º anos, funcionários e professores, ouvir algumas peças musicais dos alunos e responder a imensas perguntas das diferentes turmas, que foram ocasião para falar da vida da Igreja, da diocese, dos padres e do bispo. Cansado, mas contente por mais um dia passado com o povo, voltei a Beja, dando graças a Deus pelos sinais da sua presença e acção. Aqui voltei no Sábado, dia 6, para ver os lobitos acampados no campo da bola e os pioneiros a confeccionar o almoço de campo, encerrando a visita no dia 7, para a Eucaristia dominical, com a igreja matriz repleta e todo o agrupamento do CNE, com cerca de 80 escuteiros. A catequese fez a festa do Pai Nosso. Em Peroguarda, a aldeia mais portuguesa do Alentejo O dia 4 de Maio foi passado em Peroguarda, começando com um encontro com representantes de todas as entidades (Junta de freguesia, Associação dos reformados, Comissão Fabriqueira, Grupo Coral as Margaridas e Grupo etnográfico e instrumental), seguido de almoço no salão do Centro Cultural, onde está uma exposição museológica temporária das actividades agrícolas e costumes tradicionais. Depois do almoço passámos pela Junta de Casa do Povo e fomos até à escola do 1º ciclo, atravessando toda a aldeia, sempre acompanhados de muito povo. Na escola, com 14 crianças no 1º ciclo e 7 na pré-primária, falámos às crianças e ouvimos alguns cânticos. De regresso ao centro da povoação, passámos por uma casa agrícola típica, com uma porta árabe e um canil de mais de 70 cães de caça. Seguidamente fomos em romagem até ao cemitério, onde está sepultado o grande coleccionador da música popular, Giacometti, que, tendo ouvido o cante do Menino de Peroguarda, quis repousar na terra onde se canta com tanta beleza. No caminho de ida e vinda ao cemitério rezámos o terço, que terminou na igreja paroquial com a celebração da Eucaristia, a que se seguiu uma reunião com a Comissão Fabriqueira, que nos mostrou todo o seu património religioso, entre ele muitas peças de joalharia guardadas junto de famílias. Foi-nos dito que estava tudo inventariado e estudámos algumas formas de o guardar e conservar convenientemente. A D. “Inês tia” ofereceu ao bispo um bolo com arquitectura e dizeres originais, que deixou pena ao consumi-lo na casa episcopal. No sábado, ao meio da tarde, regressámos, para celebrar a Eucaristia do Domingo do Bom Pastor nesta pequena e bela aldeia, com cerca de 400 habitantes, a quem desejamos crescimento adequado, para continuar a ser a terra acolhedora que sempre a caracterizou, onde as pessoas são muito responsáveis e participativas. Com as gentes de Alfundão O dia 5 de Maio foi dedicado a Alfundão, outra bela aldeia do concelho de Ferreira do Alentejo, com cerca de 998 habitantes segundo o censo de 2001. A visita começou pela celebração da Eucaristia na igreja que foi restaurada. A sacristia, bem mobilada, limpa e de estuques policromados, logo me chamou a atenção, classificando-a de uma das mais dignas da diocese. Depois da celebração, muito participada, fomos em romagem até ao cemitério, rezando o terço pelo caminho. Todos os cemitérios visitados esta semana foram ampliados, pois as famílias adquirem as sepulturas, de modo que não há ossários. Em seguida, passámos pela Junta de Freguesia e visitámos a Casa Mortuária, a funcionar na capela de S. Sebastião, que foi restaurada, mas tem alguns problemas de infiltrações. Com o pároco, Pe. José Manuel, almoçámos num pequeno restaurante local, visitando na sequência o novo centro cultural, em fase de acabamento, e a escola do 1º ciclo, com cerca de 35 crianças, repartidas por duas turmas. Seguidamente tivemos uma visita ao lagar de azeite do sr. Manuel Carvalho, que nos explicou todo o processo de produção de azeite extra-virgem neste moderno lagar, totalmente mecanizado com as máquinas topo de gama. O sr. Manuel Carvalho tem sido o grande benfeitor das obras de restauro da igreja e ofereceu o novo relógio automático para a torre. Também nos ofereceu uns bons litros de azeite da sua produção. No Sábado ao fim da tarde voltámos a Alfundão para a celebração da missa vespertina do domingo. A igreja ficou repleta, mesmo de pessoas vindas de fora, entre elas o sr. Presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo com sua esposa. No final da celebração a paróquia homenageou o sr. Manuel Carvalho e as duas senhoras, que, em regime de voluntariado, pintaram a sacristia e o presbitério, retocando todos os desenhos dos estuques policromados. Na sala do lado direito da igreja foi servido um lanche abundante a todos os convidados. Também a cozinha da casa episcopal e a do pároco foram abastecidas com ofertas da população. O bispo agradeceu ao pároco, à Comissão Fabriqueira, sobretudo à srª D. Augusta, às 2 senhoras pintoras, ao sr. Manuel Carvalho e a toda a população o brio e empenho posto no restauro do património da comunidade paroquial. Resta agora restaurar a antiga casa paroquial para os serviços da paróquia, sobretudo catequese e acolhimento dos missionários, que desejamos enviar a esta terra. Faro do Alentejo movimenta-se no acolhimento ao bispo No dia 5 ao fim da tarde, começou a visita pastoral às paróquias do concelho de Cuba, começando por Faro, uma pequena aldeia, com 621 habitantes, na estrada de Ferreira para Cuba. Acolhidos pelo executivo da Junta de Freguesia e pelos membros da Comissão Fabriqueira, visitámos as instalações da Junta e do seu Centro de convívio (antiga cadeia). Com muita gente fomos até ao cemitério, passando pela nova casa mortuária em fase adiantada de construção. No cemitério cantámos um salmo e rezámos por todos os que aí jazem. Também este cemitério sofreu obras de ampliação e os seus caminhos foram todos calcetados. Depois foi-nos oferecido um lanche com toda a população no novo Parque de Merendas, um lugar bem preparado para acolher muita gente. Regressámos à igreja paroquial, para aí reunir com a Comissão Fabriqueira, que nos expôs a sua vontade de alguns melhoramentos, embora a igreja esteja bem conservada. Já não houve tempo para visitar a escola, frequentada por 26 crianças no 1º ciclo e 16 na pré-primária, mas muitas das crianças participaram no lanche. Aqui voltaremos no dia 14, domingo, para encerrar a visita com a celebração da Eucaristia dominical. O jantar foi num restaurante da Cuba, porque a seguir reunimos com o grupo do renovamento carismático na igreja matriz, fazendo uma palestra durante a oração sobre a problemática da família. Vila Alva mais branca que nunca No dia 6 de Maio, durante a manhã, foi a vez de Vila alva receber o bispo. A comunidade ficou na igreja a rezar até que chegasse o bispo, que não pôde cumprir o horário programado. Depois de uma breve oração e saudação à comunidade reunida, com o Pe. José Manuel fui visitar a Junta de Freguesia, o quartel da GNR com 6 efectivos e o Lar da Misericórdia, com 101 utentes em lar, alguns em centro de dia e outros em apoio domiciliário. Passámos pelas diferentes salas e quartos onde havia idosos, que manifestaram grande contentamento com a visita. Todas as semanas o pároco celebra missa no lar e as irmãs visitam as pessoas. Com 624 habitantes, Vila Alva é uma das mais envelhecidas da região, apesar de se tratar de uma zona agrícola fértil, que tem nos seus limites a grande albufeira de Alvito. O almoço foi na residência das Irmãs da Divina Providência e da Sagrada Família, que, apesar de não estar previsto, nos acolheram e serviram com todas as dietas. No domingo, dia 7, de tarde, voltámos a Vila Alva, para celebrar a missa dominical, com administração do sacramento do Crisma a 5 membros da comunidade. Na próxima semana voltaremos. Depois da Eucaristia, voltámos a toda a pressa a Beja, para assistir à exibição da Cantata de Santo Agostinho, no cinema Pax Julia.