Bispo de Beja critica indiferença face ao sofrimento

D. António Vitalino, Bispo de Beja, lamenta que a sociedade actual remeta o “sofrimento e a dor” para espaços “fechados e isolados, sejam eles hospitais, casas mortuárias ou cemitérios”. Na sua nota semanal para a Rádio Pax, o prelado defende que “é precisamente nesses momentos da vida humana que se mostra e avalia a qualidade da nossa humanidade”. “É nas situações de sofrimento que mais precisamos da presença dos amigos, da família, da solidariedade dos voluntários e visitadores dos hospitais, dos doentes, dos presos, das pessoa em luto e solitárias. Se cada um de nós estiver atento ao sofrimento dos familiares e vizinhos, se estiver junto deles, embora muitas vezes sem nada poder fazer, mas sentindo a sua dor, a capacidade de resistência de quem sofre aumenta e, em muitos casos, até se converte em medicina salutar”, escreve. “A confiança, o sentir-se amado e acompanhado fortalece a esperança da cura. Que o diga a experiência de tantos médicos, enfermeiros, pais e mães, visitadores e amigos de quem sofre”, acrescenta. Para D. António Vitalino, “as práticas da fé contribuem para a melhoria da qualidade de vida da nossa sociedade, para minorar o sofrimento de muitas mães, de muitos pobres, desempregados, doentes, idosos”. O Bispo de Beja lançou esta reflexão a partir da tradicional Procissão dos Passos, representação da Paixão de Cristo, do seu caminho entre o Jardim das Oliveiras e o Calvário. “Oxalá a meditação dos Passos da Paixão de Cristo, a participação nas inúmeras devoções e celebrações, aumente a nossa capacidade de compaixão, de luta e resistência ao mal e também o número daqueles que se fazem voluntários e acompanhantes de quem sofre”, aponta. D. António Vitalino conclui a sua mensagem referindo que “em dimensão mais reduzida e familiar, cada um de nós pode também dar passos solidários para aliviar o sofrimento do seu semelhante”.

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