Bispo Auxiliar de Braga reclama mais famílias solidárias

O Bispo Auxiliar de Braga lembrou ontem, em Areias de Vilar, Barcelos, um assunto que, no período do Verão, tem ficado arredado do espaço noticioso e do debate público: a família. Na peregrinação anual ao Santuário de Nossa Senhora do Socorro, o prelado aludiu também ao programa arquidiocesano para o próximo ano pastoral e pediu que as “famílias solidárias” do arciprestado barcelense ficassem mais atentas e disponíveis para ajudarem a «humanidade novamente sacrificada pela guerra e pela violência assassina», a «multidão de emigrantes à procura de um futuro digno», a «avalanche de refugiados e de famílias à procura de pátria pão e paz», os «mais frágeis e débeis em caminhos subterrâneos e clandestinos de exploração e de tráfico desumano e aviltante». «Envio-vos, caríssimos peregrinos, como “famílias solidárias” em missão», disse o Bispo Auxiliar de Braga às centenas de peregrinos que participavam na celebração eucarística e que tentavam esconder-se do sol abrasador que ontem se fez sentir em toda a região. «Convido-vos a regressardes à planície da vossa vida quotidiana para ajudardes as vossas famílias a viver: a alegria do amor abençoado por Deus no sacramento do matrimónio; a acolherem a fecundidade da vida transmitida aos vossos filhos e netos; a descobrirem a felicidade que nasce da doação, do diálogo, da generosidade, do sacrifício e do perdão; a assumirem a missão evangelizadora das famílias cristãs onde há lugar para Deus, tempo para a Eucaristia e para a oração; a sentirem o imperativo urgente da solidariedade, da ajuda e da presença junto das famílias confrontadas com situações de pobreza, de desemprego, de ruptura ou de solidão», disse D. António Francisco dos Santos, depois de ter dito que a presença no local de peregrinação exigia que se soubesse «ir em socorro dos pobres e dos que sofrem». «Impõe-nos e exige das famílias cristãs da nossa Diocese que saibam “ser famílias solidárias”», referiu o prelado bracarense, que, na Festa litúrgica da Transfiguração, acabou por exortar os fiéis a «não permanecerem na montanha, a exemplo de Pedro, Tiago e João; os discípulos, peregrinos da montanha, testemunhas da transfiguração no Tabor, contemplativos da divindade». «Regressemos à planície dos nossos campos e das nossas casas, nesta abençoada terra de Barcelos, ou em tantas outras pelo mundo dispersas em tão variados caminhos da emigração », concluiu.

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